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Argentina

- Publicada em 18 de Novembro de 2015 às 16:00

Scioli trabalha para reverter desvantagem

Daniel Scioli investe no corpo a corpo na conquista por eleitores

Daniel Scioli investe no corpo a corpo na conquista por eleitores


JUAN MABROMATA/AFP/JC
O candidato governista à presidência da Argentina, Daniel Scioli, caiu na estrada nestes últimos dias de campanha eleitoral antes do segundo turno, marcado para domingo. Em desvantagem nas pesquisas, Scioli tenta capturar votos no interior e em regiões de tradição peronista (corrente política da qual faz parte).
O candidato governista à presidência da Argentina, Daniel Scioli, caiu na estrada nestes últimos dias de campanha eleitoral antes do segundo turno, marcado para domingo. Em desvantagem nas pesquisas, Scioli tenta capturar votos no interior e em regiões de tradição peronista (corrente política da qual faz parte).
Na segunda-feira, percorreu o Norte do país. Na terça-feira, viajou para três províncias: Córdoba, Mendoza e San Juan. Tentando administrar a vantagem, Mauricio Macri se limitou a dar entrevistas a veículos locais.
Antes da viagem ao interior, Scioli reuniu cientistas e reitores de universidades públicas em ato em Buenos Aires em favor de sua candidatura. Uma professora do ensino básico da capital, que tem Macri como prefeito, foi convidada a discursar e tratou de falar mal do rival de Scioli. "Macri cortou o orçamento para a educação e nós estamos sem receber material", afirmou. "Tentaram demolir nossa escola para passar o Metrobus (corredor exclusivo para ônibus), mas nós, junto com a comunidade, conseguimos impedir."
O físico Juan Pablo Paz, vencedor do prêmio cientista nacional deste ano, também discursou e afirmou que "não dá no mesmo" votar em Macri ou em Scioli. "Hoje, há desemprego zero entre os profissionais da Física e da Química. Quero viver neste país e quero que este seja o país dos meus filhos", afirmou. Feitos como o lançamento de dois satélites e a promessa de construir duas usinas nucleares (em acordo assinado com a China há poucos dias) fazem com que a comunidade científica penda a favor do governo nesta eleição.
No entanto, é fora da comunidade científica que Scioli precisa conquistar votos, dos mais de 60% dos eleitores que não votaram no governista no primeiro turno eleitoral. Na primeira etapa, Scioli marcou 37%, ante 34% de Macri. Apesar de ter levado a melhor no primeiro turno, pesquisas indicam que Macri deve receber a maioria dos 7 milhões de votos depositados em outros quatro candidatos no pleito anterior.
Os aliados de Scioli afirmam que, para consegui manter-se, o governista deverá aparecer sozinho, longe de Cristina, nesta reta final. Seu fechamento de campanha deverá ter eventos nas cidades de La Matanza e Mar del Plata, ambas na província de Buenos Aires, onde governa, mas obteve menos votos do que o esperado.
Um político peronista ligado a Scioli afirmou que Cristina não quer "tapar" a candidatura do aliado neste momento, e que seria positivo que ficasse no banco de reservas nestes dias. Há rumores, ainda não confirmados pela Casa Rosada, de que a presidente pode fazer um pronunciamento público amanhã. Scioli não participará, uma vez que não pode aparecer em comícios a partir das 8h de sexta-feira, de acordo com a legislação eleitoral argentina.

Para governista, manutenção da ordem institucional impede punição do Mercosul à Venezuela

Aliado a Daniel Scioli, o ex-ministro da Educação Daniel Filmus afirmou que a Argentina não pode acionar a cláusula democrática do Mercosul contra a Venezuela, como planeja Mauricio Macri. Líder nas pesquisas de intenção de voto para a presidência da Argentina, Macri vem afirmando que, se eleito, vai pressionar o bloco para aplicar sanções sobre o governo de Nicolás Maduro contra as prisões dos políticos Leopoldo López e Antonio Ledezma. De orientação centro-direita, Macri faz oposição ao governo de Cristina, mais alinhada às lideranças de esquerda e bolivarianas da região.
Ex-titular da Comissão de Assuntos Exteriores do Senado (entre 2007 e 2013) e hoje funcionário da diplomacia, Filmus, que chefiou o Ministério da Educação na gestão Néstor Kirchner (2003-2007), deve ocupar a vaga de ministro de Ciência e Tecnologia de Scioli, se o político vencer a disputa no domingo.
Segundo ele, Macri está mal informado sobre as regras que regem o bloco. "O Mercosul pode intervir em casos como o do Paraguai, quando se rompe a institucionalidade", afirmou, referindo-se à suspensão do país do bloco em 2012, após o impeachment de Fernando Lugo. "Voltaram as eleições no Paraguai e o país voltou a integrar o bloco."
"Imagine se o Mercosul interviesse na Argentina porque há suspeita de fraude eleitoral? Não se pode intervir na política interna de um país. Só quando há uma ruptura da ordem institucional." Filmus afirmou que a Unasul (União das Nações Sul-Americanas) já vai enviar pessoas para acompanhar a eleição venezuelana, indicando ser o suficiente em termos de influência externa sobre o que ocorre no país.