O presidente do Egito, Abdel-Fattah el-Sissi, disse ontem que a segurança na Península do Sinai está sob total controle e que as alegações por parte do Estado Islâmico (EI), ao afirmar que o grupo foi o responsável por derrubar o avião russo no sábado, fazem parte de uma propaganda que visa danificar a imagem do país e "fortalecer" os militantes. Em uma entrevista à BBC, el-Sissi também reiterou sua afirmação de que a causa do acidente só poderá ser conhecida daqui a alguns meses e que até então elas não devem ser especuladas.
Logo após a queda da aeronave da companhia Metrojet, que voava do balneário egípcio de Sharm el Sheikh para a Rússia com 224 pessoas a bordo, o EI anunciou em seu Twitter que o grupo havia derrubado o avião para vingar os bombardeios russos contra seus militantes, em apoio ao presidente sírio Bashar al-Assad.
No entanto, o grupo não forneceu qualquer evidência que comprove sua alegação e os militantes no Norte do Sinai não possuem equipamentos para abater aviões comerciais ou jatos de guerra. Tanto Cairo quanto Moscou descartam a reivindicação do braço do EI no Sinai. Já a companhia aérea disse que o Airbus 321 caiu devido a fatores "externos" e que a desintegração da aeronave no ar não aconteceu por "nenhuma falha técnica ou erro de pilotagem".
O ministro da Aviação Civil do Egito, Hossam Kamal, informou que uma investigação conjunta com a Rússia sobre a queda do avião irá começar a analisar as informações das caixas-pretas. Kamal disse que o comitê, que inclui especialistas egípcios e russos, bem como representantes da Irlanda, onde o Airbus A321-200 da Metrojet foi registrado, iria concluir a sua última inspeção de campo no local do acidente até o fim desta terça-feira e começar a trabalhar sobre as caixas-pretas.