Presentes principalmente nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, os escorpiões amarelos vêm sendo encontrados nos últimos anos em diferentes estados do País. A tendência é de que eles se espalhem por todas as regiões, sendo facilmente transportados em caixas de frutas e entulhos de construção. Resistentes, os animais vivem em média quatro anos e podem gerar até 168 filhotes, se proliferando ainda mais no verão. Na Capital, escorpiões pertencentes ao gênero Tityus, a espécie mais agressiva desses artrópodes, foram encontrados na Lomba do Pinheiro, na zona Leste. Um morador foi picado, levado ao Hospital de Pronto-Socorro e se recuperou bem. Após o caso, agentes da Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde (CGVS) da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre foram até o local e encontram mais escorpiões da espécie no bairro. A pasta está divulgando informações à população sobre como se prevenir das picadas.
Em Santa Catarina, somente em 2015, o município de Itajaí recolheu 752 escorpiões, 658 da espécie Tityus serrulatus (amarela) e 94 do tipo Tityus bahiensis (marrom). Em 2014, apenas 28 amarelos haviam sido achados na cidade. Em Navegantes, a Vigilância Sanitária recolheu 21 escorpiões amarelos somente em um quarteirão do bairro Machados neste ano. De acordo com o coordenador adjunto da CGVS, José Carlos Sangiovanni, esse ainda é um caso pontual na Capital, sendo que desde 2008 a espécie vem aparecendo em Porto Alegre, mas com pouca frequência. O que a população precisa fazer para evitar a proliferação é reduzir o acúmulo de lixo e materiais de construção, como madeiras, dentro dos pátios das casas. “Em todo o Rio Grande do Sul temos o escorpião preto. A diferença é que o amarelo tem uma toxina mais grave. Da mesma forma que o preto, ele é um animal noturno, que se esconde embaixo de madeiras, sapatos, e sai durante a noite para se alimentar. As baratas são um de seus principais alimentos. Os lugares devem ser bem limpos para evitar, assim, a proliferação”, explica.
A maioria das picadas acontecem nos pés ou nas mãos e não há registros de mortes por veneno de escorpião no Estado. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2014, o Rio Grande do Sul registrou 225 casos de picadas. A CGVS recomenda que, se houver ocorrência, a pessoa deve ser encaminhada para atendimento médico ou de emergência. Os casos que necessitarem de soro antiescorpiônico serão direcionados pela rede de atenção básica de saúde para o HPS, que mantém estoque contra animais peçonhentos (escorpiões, aranhas e cobras).
Nos acidentes considerados leves, a pessoa apresenta inchaço, vermelhidão, calor e pelos eriçados no local da picada. Nos casos moderados, somam-se sintomas como vômitos, náuseas, hipertensão e taquicardia. Os acidentes graves podem provocar vômitos intensos e frequentes, muita sudorese, agitação, aumento ou diminuição da frequência cardíaca, arritmias, contrações musculares, edema e choque.