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- Publicada em 18 de Novembro de 2015 às 21:46

Renovação de convênio ajuda a alavancar catadores da Capital

Fortunati, Carús e Marli comemoraram manutenção de benefício

Fortunati, Carús e Marli comemoraram manutenção de benefício


ANTONIO PAZ/JC
Isabella Sander
Marli Medeiros é representante do Fórum dos Catadores, mas, hoje, não se vê mais como catadora. "Somos empreendedores, donos de negócios, e alavancamos uma parte da economia de Porto Alegre", salienta. A melhoria na autoestima, segundo Marli, se deve diretamente à qualificação das 19 unidades de triagem da Capital.
Marli Medeiros é representante do Fórum dos Catadores, mas, hoje, não se vê mais como catadora. "Somos empreendedores, donos de negócios, e alavancamos uma parte da economia de Porto Alegre", salienta. A melhoria na autoestima, segundo Marli, se deve diretamente à qualificação das 19 unidades de triagem da Capital.
Desde janeiro de 2014, um convênio possibilita o repasse de R$ 3 mil a R$ 7,5 mil a esses locais, conforme produtividade e ocupação de postos de trabalho. Ontem, esse convênio foi renovado, através de assinatura de Marli, do prefeito José Fortunati e do diretor-geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), André Carús. A verba se destina ao pagamento da manutenção do serviço, custeando, por exemplo, contas de luz, água, compra de óleo para a prensa e conserto de equipamentos. Antes do convênio, os locais recebiam o valor fixo de R$ 2,5 mil e os trabalhadores precisavam tirar de seus bolsos o lucro já limitado da reciclagem para pagar o restante. Agora, têm conseguido aumentar sua renda, ganhando hoje, em média, de R$ 900,00 a R$ 1 mil por mês. As unidades de triagem empregam cerca de 800 pessoas.
Além de representar o Fórum dos Catadores, Marli é líder comunitária e coordena a organização não governamental Centro de Educação Ambiental, na Vila Pinto, bairro Bom Jesus. Lá, 85% da mão de obra é composta por mulheres. "Fazemos um trabalho diferente dos outros, porque trabalhamos na defesa e na promoção do direito da mulher. Então, ganhar dinheiro, ter um sustento, significa a libertação moral das mulheres, que, antes, viviam na violência", ressalta.
Com a união da comunidade, repleta de catadores, foram construídos um centro cultural, uma escola de Educação Infantil, um centro esportivo e uma cooperativa habitacional. "Tudo isso veio da autoestima das pessoas, que começaram a acreditar. Antigamente, o tráfico sustentava a região. Aí, comecei a dizer para meus vizinhos que o lixo e a droga davam o mesmo retorno financeiro, mas que a droga era a morte e o lixo era a vida", relata.
No aniversário de 20 anos do Centro de Educação Ambiental, o foco, agora, é promover negócios sociais na comunidade. "Este convênio com a prefeitura é a grande alavanca para que possamos pensar na nossa independência financeira, pois, apesar de ser muito bom termos esses repasses, não podemos depender eternamente do Poder Público. Com a cabeça mais aberta e as contas pagas, podemos pensar em alternativas para a região", explica.
No ato, foi criado um grupo de trabalho para redefinir, até o final do ano, os critérios e os repasses feitos pela prefeitura. A tendência é de que o valor seja reajustado. Cada unidade recicla de 60 a 100 toneladas por mês.
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