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Tecnologia

- Publicada em 23 de Novembro de 2015 às 22:13

Casa inteligente entra no radar do brasileiro e das indústrias

Interoperabilidade entre dispositivos é um dos desafios para o setor

Interoperabilidade entre dispositivos é um dos desafios para o setor


DAVID BECKER/AFP/JC
Os brasileiros estão mais interessados em tecnologias para controlar a casa – da luz do quarto aos eletrodomésticos – pela internet. Uma pesquisa realizada pela consultoria GfK, estima que mais de 90% dos brasileiros já sabem o que é uma casa inteligente e mais da metade (57%) consideram que a automação residencial terá impacto em suas vidas nos próximos cinco anos, até mais do que os carros conectados e a computação em nuvem.
Os brasileiros estão mais interessados em tecnologias para controlar a casa – da luz do quarto aos eletrodomésticos – pela internet. Uma pesquisa realizada pela consultoria GfK, estima que mais de 90% dos brasileiros já sabem o que é uma casa inteligente e mais da metade (57%) consideram que a automação residencial terá impacto em suas vidas nos próximos cinco anos, até mais do que os carros conectados e a computação em nuvem.
"O brasileiro conhece o significado do conceito e cada vez mais pessoas começam a usar essas tecnologias”, analisa o diretor da GfK, Felipe Mendes. A pesquisa foi realizada pela consultoria entre setembro e outubro com mil pessoas no País – e incluiu o mesmo número de pessoas de outros sete países, entre eles Alemanha, Coreia do Sul e Estados Unidos.
Apesar de o levantamento evidenciar o interesse, as casas inteligentes ainda são poucas no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 63,3 milhões de residências no País. Do total, somente 300 mil são equipadas com essas tecnologias, segundo a Associação Brasileira de Automação Residencial (Aureside). "Ainda é um mercado incipiente, mas percebemos um claro aumento de interesse", diz o presidente da entidade, José Roberto Muratori, que enxerga um mercado de pelo menos 1,8 milhão de casas que poderiam usar automação no Brasil.
Empresas de vários segmentos veem uma oportunidade de negócio e tanto nas casas conectadas. Já existem construtoras brasileiras especializadas em construir condomínios de apartamentos inteligentes em São Paulo e no Rio de Janeiro. "Todos os nossos empreendimentos são automatizados. Sem exceção", afirma o engenheiro de novas tecnologias da construtora Porte, Josenei Spinelli. A empresa, que está no mercado há 29 anos, já lançou cinco empreendimentos conectados desde 2014.
A Avanço Aliados já lançou seis condomínios do tipo desde o ano passado. Segundo o diretor Sanderson Fernandes, os novos recursos atraem clientes. "Atendemos uma demanda que antes não tinha espaço no mercado imobiliário. Agora vemos outras construtoras fazendo o mesmo."
É o caso da Even e da Tecnisa, que não se especializaram em condomínios inteligentes, mas já começaram a testar as novas tecnologias. Em quase todos os novos prédios das marcas, há a opção de o cliente adotar um kit de automação residencial, que inclui controle de sistema de som e fechadura digital.
Comprar um apartamento inteligente, porém, ainda custa caro. A opção mais barata da Porte - um imóvel sem paredes no estilo Loft - tem preço entre R$ 500 mil e R$ 700 mil. "Há oito anos, se você tentasse comprar um apartamento com automação, pagaria cinco vezes mais", lembra Spinelli.
O aumento do interesse dos brasileiros em automação residencial acompanha a situação em outros países. "As construtoras estão abraçando a tecnologia para diferenciar suas casas e oferecer conveniência e segurança", diz o especialista da consultoria norte-americana Strategy Analytics, Bill Ablondi.
Enquanto os americanos preferem investir em sistemas de entretenimento, na Europa a onda é usar a tecnologia para reduzir os gastos com energia elétrica. Muitos desses recursos estão começando a chegar ao Brasil e os exemplos de fora têm ajudado brasileiros a compreender a automação. Para tornar a casa inteligente, é preciso instalar um conjunto de sensores e atuadores, além de um software de controle, para que o morador envie comandos a partir do smartphone.

Preço e infraestrutura de rede ainda são barreiras

Apesar das previsões otimistas, as empresas de automação residencial ainda enfrentam desafios importantes para popularizar o conceito. O preço alto dos produtos, além da infraestrutura de rede precária e falta de profissionais são alguns deles. Segundo especialistas, um projeto básico custa, no mínimo, R$ 5 mil - com controle restrito de iluminação, alguns sensores e uma central de controle. A falta de interoperabilidade entre dispositivos é outro problema, já que sensores, lâmpadas e outros itens não seguem um mesmo padrão.
Para superar os entraves, integradoras têm surgido no mercado. Elas fazem os aparelhos conversarem com o sistema de controle. Hoje, há 250 empresas do tipo no Brasil. As grandes empresas de tecnologia, como Apple e Google, tentam colocar os smartphones no centro da casa inteligente.
Os especialistas concordam em um ponto: as casas se tornarão inteligentes em um futuro próximo. "Assim que produtos bons e baratos chegarem ao mercado, as pessoas vão apostar na automação residencial", prevê o diretor da GfK, Felipe Mendes. Para José Roberto Muratori, da Aureside, esse momento está próximo. "Até 2020, as casas conectadas no Brasil estarão no mesmo nível do que já existe nos EUA e Europa."