Os investidores veem o contágio dos mercados emergentes como o mais sério risco aos mercados de crédito dos EUA durante o próximo ano, de acordo com uma pesquisa da agência de classificação de risco Fitch. O levantamento mostra ainda que os operadores internacionais avaliam que o Brasil e a China seriam as duas principais fontes de contágio dos mercados emergentes.
O levantamento mostra que 60% dos entrevistados acreditam que desenvolvimentos adversos em um ou mais mercados emergentes apresentam um risco elevado para os mercados de crédito dos EUA. Os outros 40% creem que esse risco é moderado e nenhum avalia que o risco é baixo.
Sobre o Brasil, a agência avalia que, assim como outras nações latino-americanas, o País enfrenta um enfraquecimento de fundamentos. "A economia está em recessão e enfrenta desafios fiscais e políticos. As empresas brasileiras enfrentam o aumento de custos de financiamento nacionais e internacionais, enquanto o acesso ao crédito estrangeiro secou para os emissores de alto rendimento", diz a agência em comunicado, afirmando ainda haver uma provável tendência de queda em ratings corporativos no País.
Sobre a China, a agência lembra que a desvalorização do yuan em agosto levou a uma redução significativa no apetite por risco nos mercados globais e que a desaceleração do crescimento do país seria negativa para muitos países emergentes, bem como empresas exportadoras de commodities e mercados desenvolvidos dependentes do comércio global.
"A Fitch vê os mercados emergentes como uma fonte crescente de risco para o crescimento global, à medida que o colapso nos preços das commodities e choques políticas exacerbam uma desaceleração longa", escreveram os analistas
da agência.