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Petróleo

- Publicada em 07 de Outubro de 2015 às 22:22

Bacia de Pelotas passa sem lances pelo leilão da ANP

Para Redecker, crise econômica ajuda a explicar falta de interessados

Para Redecker, crise econômica ajuda a explicar falta de interessados


SECRETARIA DE MINAS E ENERGIA/DIVULGAÇÃO/JC
A expectativa de que blocos da Bacia de Pelotas (área que compreende em torno de 210 mil quilômetros quadrados e se estende do Sul de Santa Catarina até a fronteira com o Uruguai, abrangendo toda a costa gaúcha) fossem arrematados na 13ª Rodada de Licitações realizada ontem pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) acabou frustrada. Nenhuma companhia apresentou lances para adquirir o direito de prospectar petróleo e gás na região da bacia.
A expectativa de que blocos da Bacia de Pelotas (área que compreende em torno de 210 mil quilômetros quadrados e se estende do Sul de Santa Catarina até a fronteira com o Uruguai, abrangendo toda a costa gaúcha) fossem arrematados na 13ª Rodada de Licitações realizada ontem pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) acabou frustrada. Nenhuma companhia apresentou lances para adquirir o direito de prospectar petróleo e gás na região da bacia.
Foram oferecidos dessa bacia 51 blocos, de três setores, que somavam em torno de 18,6 mil quilômetros quadrados (km2). O secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker, que esteve presente no leilão, disputado no Rio de Janeiro, ressalta que muitas pessoas que acompanham a realidade da Bacia de Pelotas tinham a perspectiva de que os blocos fossem arrematados no evento de ontem. "Havia um otimismo em virtude de que, ali do nosso lado, no Uruguai, algumas empresas participaram de leilão para explorar áreas naquele país", frisa o secretário.
Redecker argumenta que a falta de lances para a exploração da Bacia de Pelotas passa, entre outros fatores, pela crise econômica. Além disso, pontos como o atual patamar do preço do barril do petróleo (que está em torno de US$ 50, considerado baixo para a atração de intensos investimentos no setor) e o custo competitivo do shale gas (gás de folhelho ou, como é popularmente chamado, gás de xisto) nos EUA em relação a outras fontes fósseis justificam o pouco interesse.
O diretor da Fiergs, Marcus Coester, concorda com o secretário. O dirigente acrescenta que as companhias petroleiras estão descapitalizadas devido ao valor do petróleo. Coester enfatiza que os riscos e os investimentos na exploração de petróleo e gás são muito elevados. Muitas vezes, as empresas chegam a aportar milhões, sem a garantia de encontrar alguma jazida.
O presidente da RS Óleo e Gás (associação que visa qualificar e prospectar possibilidades de negócios para companhias que atuam na cadeia produtiva de óleo e gás no Estado), Luiz Carlos Vivian Corrêa, admite que o certame decepcionou ao não apresentar ofertas para a Bacia de Pelotas. Assim como a crise econômica, o dirigente cita a instabilidade política como uma possível causa da ausência de investidores.
A Bacia de Pelotas não participava de leilões desde 2005. Em 2004, a Petrobras adquiriu um bloco exploratório, na Licitação nº 6 da ANP, dividido em seis células, de cerca de 3,9 mil quilômetros quadrados de área na bacia. Posteriormente, a empresa francesa Total entrou como parceira da estatal para operar nesse bloco. A Petrobras já manifestou que tem planejadas as perfurações de dois poços, o Guarani e o Pampeano, cuja localização fica a cerca de 150 quilômetros mar adentro, a partir do município de São José do Norte. Porém, até hoje, essas ações não foram adiantes.
Oficialmente, o motivo da iniciativa não ter prosseguido é atribuído à demora no licenciamento ambiental que é concedido pelo Ibama. Entretanto, fontes sugerem que, devido ao alto nível de investimento em uma perfuração (estimado em cerca de US$ 100 milhões) e ao fato de a Bacia de Pelotas não ser uma das áreas no Brasil com maiores indícios de reservas de petróleo e gás, a Petrobras não faz tanta questão de acelerar esforços nesse empreendimento.

Maioria das áreas disponibilizadas não despertou interesse

No total da 13ª Rodada de Licitações da ANP, foram arrematados apenas 37 blocos dos 266 disponíveis - cerca de 14% das áreas. O resultado gerou o montante de R$ 121.109.596,73 em bônus de assinatura (valor pago pelas empresas na assinatura do contrato). A previsão de investimentos do Programa Exploratório Mínimo a ser cumprido pelos grupos vencedores do certame é de R$ 216.042.000,00.
A área arrematada foi de 33.617,83 quilômetros quadrados. Ao todo, 17 companhias de sete países participaram, todas tendo arrematado blocos, sendo 11 nacionais e seis de origem estrangeira, dos seguintes países: Canadá, França, Argentina, Bermudas, Panamá e China. Foram adquiridos blocos ofertados em nove setores, distribuídos em quatro bacias sedimentares: Parnaíba, Potiguar, Sergipe-Alagoas e Recôncavo.
A Petrobras e outras grandes petroleiras, como Shell e BP, não fizeram lances e quem se destacou foram empresas de médio e pequeno porte. A Bacia do Recôncavo, com blocos em terra, na Bahia, foi uma das áreas que despertou interesse de produtoras menores, como a baiana Alvopetro, que conquistou quatro blocos, em parceria com a empresa GDF Suez.