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Transportes

- Publicada em 29 de Outubro de 2015 às 21:33

Maioria dos caminhoneiros ganha até R$ 6 mil e roda de 601 a mais de 1 mil quilômetros por mês

Moreira, que coordenou a pesquisa, nota que mais de 40% dos entrevistados utilizam smartphone para acessar a internet à procura de carga

Moreira, que coordenou a pesquisa, nota que mais de 40% dos entrevistados utilizam smartphone para acessar a internet à procura de carga


SONTRA CARGO/DIVULGAÇÃO/JC
O perfil dos caminhoneiros brasileiros é caracterizado majoritariamente por profissionais autônomos, que realizam até 10 viagens por mês, revela um levantamento feito pela Sontra Cargo, plataforma que conecta motoristas a cargas disponíveis. Durante 40 dias, foram captados os dados de mais de 1.700 profissionais referentes a escolaridade, remuneração, tempo de trabalho e condições familiares.
O perfil dos caminhoneiros brasileiros é caracterizado majoritariamente por profissionais autônomos, que realizam até 10 viagens por mês, revela um levantamento feito pela Sontra Cargo, plataforma que conecta motoristas a cargas disponíveis. Durante 40 dias, foram captados os dados de mais de 1.700 profissionais referentes a escolaridade, remuneração, tempo de trabalho e condições familiares.
Mais de 74% dos entrevistados disseram realizar entre uma e 10 viagens durante o mês, e 61,2% rodam entre 601 e mais de 1 mil quilômetros. Os valores recebidos pelo transporte das cargas giram entre R$ 2 mil e
R$ 6 mil para 60% deles. A região Sudeste considerada o maior polo logístico do País, concentra a maior parte dos motoristas (51,5%), seguido das regiões Sul, com 25,5%, Centro-Oeste (12%), Nordeste (8,7%) e Norte (2,3%).
Além disso, 68,5% são trabalhadores autônomos, e 16,2% possuem regime de pessoa jurídica - essa autonomia é destacada por 30,8% dos entrevistados como um fator importante na escolha da carreira. Somente 15,2% são contratados com base na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Questionados sobre a ligação com a profissão, 22,1% disseram ter pais caminhoneiros e escolheram a área de atuação baseada nesse fator. Contudo, a decisão de se tornar motorista ocorreu há pouco tempo: 57,4% entraram há menos de 10 anos na profissão, sendo que, destes, 35,9% têm menos de cinco anos na atividade. Embora 81,4% dos caminhoneiros sejam os principais responsáveis pela renda familiar, a maioria (73,4%) não possui plano de saúde. Independentemente da faixa etária, segundo as operadoras de saúde, são considerados perfis de risco. Mais de 76% dos motoristas têm entre 33 e 56 anos. Quanto à escolaridade, 32,4% têm o ensino médio completo, 11,3% concluíram o ensino fundamental, 9,5% possuem ensino superior completo e somente 1,6% têm pós-graduação. Não chegaram a concluir o ensino fundamental 11,6% dos profissionais.

Diretor da Sontra ressalta corte de custos com a tecnologia

Recursos tecnológicos também fazem parte da rotina dos caminhoneiros brasileiros, que, em sua maioria, usam smartphones com acesso à internet para contatos profissionais ou para buscar informações sobre as condições das rodovias. O aparelho permite, ainda, a comunicação com a família durante as viagens.
A constatação vem do estudo inédito feito pela Sontra Cargo, que, segundo o diretor de marketing da companhia, Bruno Moreira, consolida o modelo de negócios da Sontra, desenvolvedora de um aplicativo que facilita o contato entre caminhoneiros autônomos e transportadoras.
JC Logística - Quanto à tecnologia, qual foi o dado mais revelador da pesquisa?
Bruno Moreira - Percebemos que mais de 70% dos caminhoneiros possuem smartphone e o utilizam de forma recorrente para acessar a internet. Mais de 40% dos entrevistados disseram usar o aparelho para procura de carga.
JC Logística - Isso reafirma a importância do serviço da Sontra. Como funciona o aplicativo desenvolvido por vocês?
Moreira - Funciona mais ou menos como aplicativo de táxi. De um lado, tem uma transportadora ou pessoa que precisa despachar a carga. Temos cadastradas por volta de 18 mil transportadoras, que publicam a necessidade do serviço, registrando todos os dados e necessidades relativos ao serviço. Do outro lado, temos mais de 100 mil caminhoneiros na base, que disponibiliza informações sobre o perfil do caminhoneiro e o veículo que ele possui. Assim, se faz o intercâmbio entre quem procura o serviço e quem oferta. Além disso, temos um sistema de chat que permite ao contratante trocar mensagens com o caminhoneiro, além da possibilidade de rastreamento da carga. Além de conectar os dois lado, o aplicativo também ajuda no processo do transporte.
JC Logística - De que maneira o uso do aplicativo reduz custos logísticos para os contratantes do transporte e ganhos para os caminhoneiros?
Moreira - Temos alguns dados que mostram que 75% das viagens são feitas com os caminhões vazios, o que não gera um aproveitamento da malha rodoviária eficiente. Ou seja, o caminhoneiro vai com uma carga, mas, muitas vezes, não tem outro serviço para fazer no retorno. Nesse caso, ou ele aguarda para conseguir algum serviço, o que tem custo, ou retorna sem carga. Com o aplicativo, conseguimos facilitar esse processo, além de termos a possibilidade de estipular áreas com menor oferta e demanda. Para as contratantes dos serviços, o custo com pessoal é reduzido, já que, usando o aplicativo, basta uma pessoa para inserir o pedido. Com isso, o pessoal que ficaria encarregado de buscar profissionais para realizar o transporte pode ser direcionado para outras áreas, reduzindo custos. Calculamos que, no geral, a transportadora obtenha uma redução de custos de 20% a 30%. Já para os caminhoneiros, nossa previsão é de que os ganhos aumentem em até 20%.
JC Logística - Desde quando existe a Sontra e quais são as projeções de resultado da empresa para este ano?
Moreira - Lançamos nosso aplicativo em 2013. Nossa previsão é de crescimento. Com o cenário econômico mais fraco, pequenas transportadoras ficam prejudicadas, e o aplicativo acaba auxiliando a reduzir custos. De uma maneira geral, nosso serviço é gratuito para transportadores e caminhoneiros pequenos, mas temos serviços específicos e customizados para transportadoras com mais frotas e que trabalham com caminhoneiros autônomos. Embora, no primeiro semestre, tenhamos registrado um crescimento inferior ao que conseguimos no mesmo período de 2014, sentimos melhora neste segundo semestre. Algumas transportadoras não estão investindo em frotas, mas, quando vem a demanda de fim de ano, há um aumento do volume de carga, e as empresas precisam buscar caminhoneiros, o que fortalece o nosso serviço.