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JC Contabilidade

- Publicada em 28 de Outubro de 2015 às 15:29

Auditoria interna passa por mudanças estruturais

Marini diz que é preciso estar atento à conjuntura nacional e mundial

Marini diz que é preciso estar atento à conjuntura nacional e mundial


IIA BRASIL/DIVULGAÇÃO/JC
Roberta Mello
O auditor interno encara o desafio de ter o status de profissional indispensável para a saúde do cenário empresarial e, consequentemente, sentir aumentar o peso sobre as suas costas. Por isso, o Congresso Brasileiro de Auditoria Interna debateu, em Curitiba, além das principais novidades na profissão, como as mudanças na Estrutura Internacional de Práticas Profissionais (IPPF), os casos recentes de investigação de desvios de verbas públicas e outras iniciativas de controle da máquina pública.
O auditor interno encara o desafio de ter o status de profissional indispensável para a saúde do cenário empresarial e, consequentemente, sentir aumentar o peso sobre as suas costas. Por isso, o Congresso Brasileiro de Auditoria Interna debateu, em Curitiba, além das principais novidades na profissão, como as mudanças na Estrutura Internacional de Práticas Profissionais (IPPF), os casos recentes de investigação de desvios de verbas públicas e outras iniciativas de controle da máquina pública.
Para o diretor-presidente do Instituto dos Auditores Internos do Brasil (IIA Brasil), André Marini, estar atento à conjuntura nacional e mundial é essencial para o trabalho do auditor. "Cada vez mais, o auditor interno precisa ser um agente capaz de gerar valor às organizações, e não será visto apenas como um profissional com a missão de detectar inconformidades ou atividades ilícitas", afirma.
JC Contabilidade - Uma das palestrantes principais do encontro foi a vice-presidente do IIA Global Angela Witzany, que falou sobre o futuro da auditoria interna. Que futuro é esse?
André Marini - O futuro é que, cada vez mais, o auditor interno seja um agente capaz de gerar valor às organizações. Ele não será visto apenas como um profissional com a missão de detectar inconformidades, fraudes ou atividades ilícitas. Por ter uma visão global dos negócios e de todas as áreas da empresa, sejam públicas ou privadas, ele tem a capacidade de contribuir com a melhoria de processos, com recomendações capazes de tornar a empresa mais competitiva, rentável e eficiente. O auditor é essencial para o sucesso das empresas, pois com preparo, capacitação e uso de ferramentas tecnológicas adequadas ele pode não só entregar um raio-x completo da saúde da empresa ao conselho e acionistas, bem como apontar melhorias efetivas que gerem recursos e economia real às corporações.
Contabilidade - Quais são as novidades na Estrutura Internacional de Práticas Profissionais?
Marini - Entre as mudanças mais significativas estão a introdução da Missão de Auditoria Interna e a articulação de 10 Princípios Fundamentais para a Prática Profissional de Auditoria Interna. Houve também a transição das "Orientações Práticas" para um conjunto mais abrangente de "Guias de Implantação", e o agrupamento dos Guias Práticos e Guias de Auditoria de Tecnologia Global (GTAGs) como "Guias Suplementares". O conteúdo das Orientações Práticas atualmente existentes será revisto e reemitido como Guias de Implantação ao longo dos próximos 18 meses. As alterações não afetam o conteúdo de outros elementos-chave obrigatórios do IPPF, tais como a definição de auditoria interna, o Código de Ética ou as Normas para a Prática Profissional de Auditoria Interna. No entanto, as normas são continuamente avaliadas e provavelmente serão revistas ao longo do tempo para apoiar as revisões do quadro proposto.
Contabilidade - O Conbrai contou com a presença o ministro-chefe da CGU, Valdir Simão, e do Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol, envolvidos no combate à corrupção e fortalecimento da transparência. Por que a opção por colocar os auditores internos dentro desse debate?
Marini - Todos os anos o Conbrai procura convidar renomados executivos nacionais e internacionais que estão realizando trabalhos de referência em nossa área. Ambos trouxeram dados relevantes sobre as consequências da corrupção no País, além de projetos como a proposta das "10 Medidas Contra a Corrupção" que podem contribuir para melhorar o nível de transparência das corporações, tanto privadas como públicas. A apresentação deles foi inspiradora. Consideramos essa premissa ao convidá-los, pois é extremamente importante que os auditores internos conheçam, com mais profundidade, o trabalho que tem sido realizado pela CGU e pelo Ministério Público Federal para que possam atuar em linha com a legislação brasileira, transmitindo com clareza a suas organizações as consequências que atos ilícitos possam causar a elas e à sociedade.
Contabilidade - Quais as responsabilidades do profissional de auditoria em casos como o da Petrobras, por exemplo, que deu origem à Lava Jato?
Marini - Para toda e qualquer empresa a responsabilidade dos auditores baseia-se em atividade independente e objetiva que presta serviços de avaliação - assurance - e de consultoria e tem como finalidade adicionar valor e melhorar as operações de uma organização. A auditoria auxilia a organização a alcançar seus objetivos, adotando uma abordagem sistemática e disciplinada para avaliação e melhoria da eficácia dos processos de gerenciamento de riscos de controle e governança corporativa. Seguir à risca as recomendações das melhores práticas da profissão (IPPF) indicadas pelo Instituto Global de Auditoria Interna (The IIA), traduzidas e oferecidas pelo IIA Brasil, certamente minimiza os riscos de fraudes em todas as organizações.
Contabilidade - O que o Brasil pode aprender com países como a Áustria, case apresentado no evento?
Marini - Na Áustria, quase todas as organizações públicas e na maioria das empresas privadas são estabelecidos códigos de condutas que fornecem regras éticas relevantes e padronizadas para as empresas e seus empregados. Para empresas reguladas, como bancos e companhias de seguros, é necessária a existência da função de auditoria interna e que certas normas da autoridade reguladora sejam cumpridas. Além disso, recomendo que todos os auditores internos sigam as IPPF, garantindo o fortalecimento da governança corporativa e transparência das organizações.
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