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JC Contabilidade

- Publicada em 15 de Outubro de 2015 às 16:38

Sescon/RS questiona mecanismos do RefisPoa

Para Chamun, se não houve mudanças nas regras, adesão ao programa fiscal será bem inferior

Para Chamun, se não houve mudanças nas regras, adesão ao programa fiscal será bem inferior


MARCO QUINTANA/JC
Roberta Mello
Quem tem dívidas com o município passou a poder quitá-las com condições diferenciadas na semana que vem através do Programa de Recuperação Fiscal de Porto Alegre, o RefisPoA 2015. Conforme estimativas da Secretaria Municipal da Fazenda, o aumento na arrecadação do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) deve chegar a R$ 60 milhões. No entanto, o Sescon/RS defende que o programa não atende os interesses dos contribuintes da classe contábil e das demais empresas de profissões regulamentadas.
Quem tem dívidas com o município passou a poder quitá-las com condições diferenciadas na semana que vem através do Programa de Recuperação Fiscal de Porto Alegre, o RefisPoA 2015. Conforme estimativas da Secretaria Municipal da Fazenda, o aumento na arrecadação do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) deve chegar a R$ 60 milhões. No entanto, o Sescon/RS defende que o programa não atende os interesses dos contribuintes da classe contábil e das demais empresas de profissões regulamentadas.
A entidade discute a forma de cobrança do ISSQN das empresas de categorias com profissão regulamentada, nas quais deveria ocorrer o recolhimento da alíquota de 5% por profissional, e as condições para quitação dos débitos. Segundo o presidente do Sescon/RS, há algum tempo, a prefeitura vem cobrando o tributo com base na receita bruta das organizações. "Do jeito que está, o programa parece ser voltado às empresas maiores, com débitos não discutíveis, o que não é o caso da maior parte de empresas contábeis", adverte Diogo Chamun.
JC Contabilidade - Como foi a construção desse programa? Os profissionais contábeis tiveram espaço para opinar e as sugestões foram levadas em conta?
Diogo Chamun - Na realidade, a gente começou o debate sobre questões de ISSQN junto à prefeitura, por que a classe contábil tem uma situação ainda pouco esclarecida ou muito discutível, que é a questão da contribuição das empresas de profissional habilitado. As empresas de contabilidade sempre estiveram embasadas em uma lei para pagar o imposto por profissional. A prefeitura de Porto Alegre - e de outras cidades também - começou a desenquadrar desse benefício e cobrar por receita bruta, ou seja, a cobrar um percentual sobre o faturamento. O que acontece é que cada fiscal dá a sua interpretação. Essa é a origem das nossas tratativas com o órgão. E o RefisPoa viria, no nosso entendimento, para facilitar a regularização desses casos discutíveis, por que não é pacífico que o que a prefeitura está cobrando é devido por parte das empresas. O que nós queríamos era fazer um Refis amplo, mais aberto, para poder regularizar essas questões que são extremamente discutíveis.
Contabilidade - O senhor sabe o número de empresas com débitos discutíveis?
Chamun - Se diz que todas as empresas de contabilidade, se não foram visitadas, serão. Nós tínhamos a informação de que cerca de 2 mil escritórios de contabilidade haviam sido notificados, mas não é oficial. Tem várias empresas discutindo em juízo.
Contabilidade - Qual seria o programa ideal?
Chamun - O Refispoa contempla 24 prestações. Nós entendemos que deveriam ser as mesmas 72 vezes que o parcelamento comum da prefeitura já admite, com a redução em multas e juros. Se temos vários débitos discutíveis, a maioria deles extremamente discutíveis, nada mais justo que se facilite um parcelamento para eliminar a discussão. Na nossa opinião, esse Refis mais facilitado traria reforço aos cofres da prefeitura. Do jeito que está, ele terá uma adesão infinitamente inferior.
Contabilidade - As medidas de recuperação fiscal anteriores eram melhores?
Chamun - Em 2005, tivemos um parcelamento semelhante ao que queríamos. E também há os exemplos de São Paulo e do Rio de Janeiro. São Paulo deu uma remissão em que todos os débitos atualizados até R$ 1 milhão foram abonados e as empresas tinham de pagar apenas o excedente. Isso era justamente a contrapartida que queríamos para as situações discutíveis.
Contabilidade - E ambos sairiam ganhando?
Chamun - Sim, e ainda deixava-se de discutir. Acho que esse é o grande ponto. Reconhecer situações discutíveis com o foco único e exclusivo da regularização. Ter débito é um desgaste, gera custos. E para quem é devedor há impedimento de certidão, dificuldade em fazer a operação da empresa. Ninguém deve por que quer, isso tem que ficar claro. A gente está falando de um universo de muitas empresas nessas condições e o RefisPoa poderia ser a oportunidade para cada lado ceder um pouco.
Contabilidade - A prefeitura de Porto Alegre deu algum retorno do motivo de não ter acatado as sugestões?
Chamun - Quando houve a oportunidade do RefisPoa, nós conseguimos uma reunião com o prefeito (José Fortunati) e o secretário Jorge Tonetto, mas não houve um avanço prático. Foi sinalizada a criação de um Grupo de Trabalho em dezembro.
Contabilidade - E de que adiantaria esse Grupo de Trabalho (GT) em dezembro se o prazo para adesão é até 30 de novembro? Você indica, então, a adesão ao Refispoa na expectativa que mudanças ocorram?
Chamun - A instituição Sescon/RS não recomenda nada. Eu, como profissional, oriento aos meus clientes que usem a condição de desconto se tiverem um débito indiscutível ou bastante pequeno. Agora, quem está discutindo, não há por que ceder para uma condição que não é a ideal. Há um desgaste, há todo um custo. E para quem é devedor há impedimento de certidão, dificuldade de fazer a operação da empresa. Ninguém deve por que quer, isso tem que ficar claro. A gente está falando de um universo de muitas empresas nessas condições e o Refis era oportunidade de cada lado ceder um pouco.
 
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