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Empresas & Negócios

- Publicada em 16 de Outubro de 2015 às 16:12

Moving Vinci Park quer estacionamentos profissionais

 COM A PALAVRA COM O DIRETOR CORPORATIVO DA MOVING/VINCI PARK, JEAN GADRAT.

COM A PALAVRA COM O DIRETOR CORPORATIVO DA MOVING/VINCI PARK, JEAN GADRAT.


MARCO QUINTANA/JC
Guilherme Daroit
Braço de operação de estacionamentos de um dos maiores grupos de construção civil do mundo o francês Vinci , a Vinci Park desembarcou no Brasil em 2013. Em julho daquele ano, a administradora líder em número de vagas na Europa adquiriu 50% das ações da porto-alegrense Moving, igualando a participação acionária do fundador e ainda diretor-presidente, Fernando Stein. Um ano depois, chegava ao Brasil também o francês Jean Gadrat, funcionário de carreira do conglomerado, para assumir o cargo de diretor corporativo da parceria. Baseado em São Paulo, o executivo planeja a expansão da Moving Vinci Park pelo País, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Atuando em um setor pouco profissional, a aposta, conta Gadrat, é na qualificação dos serviços. "É o que permite nos diferenciarmos da concorrência", comenta o executivo, que não descarta outras aquisições ou parcerias.
Braço de operação de estacionamentos de um dos maiores grupos de construção civil do mundo o francês Vinci , a Vinci Park desembarcou no Brasil em 2013. Em julho daquele ano, a administradora líder em número de vagas na Europa adquiriu 50% das ações da porto-alegrense Moving, igualando a participação acionária do fundador e ainda diretor-presidente, Fernando Stein. Um ano depois, chegava ao Brasil também o francês Jean Gadrat, funcionário de carreira do conglomerado, para assumir o cargo de diretor corporativo da parceria. Baseado em São Paulo, o executivo planeja a expansão da Moving Vinci Park pelo País, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Atuando em um setor pouco profissional, a aposta, conta Gadrat, é na qualificação dos serviços. "É o que permite nos diferenciarmos da concorrência", comenta o executivo, que não descarta outras aquisições ou parcerias.
JC Empresas & Negócios - O que motivou a entrada da Vinci Park no Brasil?
Jean Gadrat - A Vinci Park, além de ser a maior operadora francesa, tem um bom posicionamento na Europa e também nos Estados Unidos e no Canadá, onde já somos a terceira maior rede. Agora, nosso planejamento é migrar mercados mais dinâmicos e menos maduros, como é o brasileiro. Aqui, há um mercado superfragmentado, com muitos atores e ainda pouco profissionalismo. Podemos, portanto, nos diferenciarmos muito bem nesse sentido, trazendo boas ferramentas e processos. Além disso, o País tem uma taxa de motorização muito alta, pois, desafortunadamente, tem pouca infraestrutura de transporte público. É um mix bom para estacionamentos, e por isso achamos que o segmento tem futuro aqui.
Empresas & Negócios - Por que o mercado brasileiro ainda é pouco profissional?
Gadrat - As regras do jogo aqui são abertas, cada um atua do seu jeito, e há poucos atores que têm profissionalismo. Por isso, o mercado fica um pouco fechado. São poucos os estrangeiros que apostam no Brasil, ou que conseguem se associar a uma companhia daqui. A nossa procura, por exemplo, até achar a Moving, foi demorada. Passamos dois anos falando com várias empresas, e cada vez que entrávamos nos detalhes, as outras companhias apresentavam algum risco pesado, seja social, seja tributário.
Empresas & Negócios - A principal aposta da Moving é o profissionalismo no serviço, portanto?
Gadrat - É o que permite nos diferenciarmos da concorrência. Com o que trouxemos para cá, o Brasil não perde nada para a França. Temos bons procedimentos, transparência de primeira com os clientes. Nosso foco atual está no treinamento. Com um sistema de treinamento a distância, via internet, conseguimos treinar da mesma forma em qualquer lugar. Isso nos permite atender de forma padronizada esse País tão gigante, que é como se fosse a Europa inteira.
Empresas & Negócios - Quais são as principais diferenças entre o setor aqui e na Europa?
Gadrat - Aqui, o estacionamento ocupa muito mais capital humano. Na França, é mais automatizado. Mas não trabalhamos com a ideia de que aqui seja como lá. Os hábitos dos brasileiros, a relação que o brasileiro tem com o seu carro, faz prevalecer serviços como o vallet. E temos que maximizar os estacionamentos. Temos manobristas, porque queremos lotar bem o estacionamento, e o brasileiro gosta desse diferencial do serviço. Trouxemos coisas, mas também aprendemos muito aqui. Acredito que, no futuro, os Estados Unidos, que são um mercado similar nesse sentido, também importarão coisas do Brasil.
Empresas & Negócios - Qual a estratégia da empresa para crescer no País? Estacionamentos próprios ou corporativos?
Gadrat - Temos uma dupla lógica. Primeiro, vamos crescer onde há densidade urbana forte, com problemática de estacionamento, ou seja, no arco Sul, do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro. É a progressão natural, e é o que estamos fazendo agora. Mas temos também uma lógica de clientes corporativos, como shopping centers ou cadeias de supermercados, que têm unidades em outros estados, como no Acre, onde abrimos uma unidade. E queremos acompanhá-los, porque esses clientes têm bons estacionamentos em São Paulo, por exemplo, e querem trabalhar com o mesmo parceiro em todas as unidades. Gostamos muito de trabalhar os estacionamentos dos demais. Mas, ao mesmo tempo, se pudermos ter os nossos estacionamentos, também é bom.
Empresas & Negócios - Com o Moving Center (inaugurado em 2014 no Centro da Capital), a empresa apostou em lojas, aluguel de bicicletas e design diferenciado para agregar valor à unidade. É a tendência?
Gadrat - Sim. A premissa básica para um estacionamento é ter uma localização boa, onde há geradores de lotação, mas depois, sim, queremos puxar o nível para cima. Temos de pensar em serviços adicionais. Bicicleta ainda é algo que no Brasil não tem muito, mas o compartilhamento de bicicletas está chegando e tem futuro. Quando falamos com entidades, tipo hospitais, pensamos também em plano de mobilidade, porque gera muita rotatividade, seja por funcionários ou pacientes. Fomentar um site de carona para eles, para tentar reduzir o impacto e economizar vagas, por exemplo. A solução não é sempre "vamos construir mais vagas", temos que ser responsáveis e encontrar alternativas a essa expansão de mais e mais vagas, porque, senão, não tem fim. É um pouco matar nosso negócio dizer isso, mas é o futuro.
Empresas & Negócios - Sobre aumento de vagas, fala-se, há algum tempo, em estacionamentos subterrâneos. Seria viável?
Gadrat - Na Europa, o início da Vinci Park foi com estacionamentos subterrâneos. Mas, no Brasil, e mesmo nos Estados Unidos, o crescimento urbano foi diferente, menos planejado e com mais iniciativa privada do que pública. Podemos participar, apresentar projetos, mas depende de vontade pública. Seria inviável sozinho, porque o custo de construção é quatro vezes maior do que um estacionamento como o Moving Center. Sem apoio público consistente, o caminho vai ser longo. E eu, como empreendedor, prefiro ter a certeza de construir em um terreno que vou comprar, controlar os prazos, do que apostar em algo que depois troca a administração pública e é cancelado.
Empresas & Negócios - O Rio Grande do Sul hoje representa quanto da operação da Moving? A expansão buscada é só para fora, ou no Estado também?
Gadrat - Porto Alegre é a nossa maior operação hoje, com 70 unidades. São, ao todo, 150 estacionamentos no País, 90 deles no Rio Grande do Sul. Temos um network muito bom aqui, e ainda temos muito o que fazer em Porto Alegre, que é um bom mercado. Interior é mais complicado. Mas agora somos capazes de atingir qualquer ponto do País com o nível de qualidade que queremos. Foi complicado, um processo longo, repetitivo, mas agora estamos tranquilos de que, quando precisamos ir para o Acre, fomos para o Acre. Mas há um mínimo. Faz pouco tempo, tivemos uma oportunidade em uma cidade de 1,3 milhão de habitantes, sem muita expansão em potencial. Tivemos que, por uma preocupação econômica, dizer que não. Poderíamos ter um ou dois pontos lá, mas, por, toda a estrutura que precisa para abri-los, não valeria a pena.
Empresas & Negócios - Esse ano de retração econômica em diversos segmentos atingiu o setor e a empresa também?
Gadrat - Para a Moving, unidade por unidade, não foi ruim, pois ficamos com o orçamento que tínhamos inicialmente. Mas, quando visto o conjunto como um todo, o crescimento orgânico é muito bom, muito acima do orçamento inicial previsto, apoiado na abertura de novas lojas. O crescimento é mais forte, porque estamos ganhando mais contratos do que pela melhoria dos contratos que já existiam.
Empresas & Negócios - Pode-se acelerar o crescimento com a compra de outras empresas?
Gadrat - Não estamos fechados a aquisições. Temos um plano estratégico de cinco anos com crescimento orgânico, e acho que poderemos atingir nosso objetivo sem aquisições, apenas com o profissionalismo da Moving. Cheguei aqui sem nenhuma pré-concepção e fiquei agradado pelo nível de qualificação dessa empresa, que é exceção no segmento. Mas não fechamos a porta para outra aquisição caso se apresente alguma boa proposta.
 
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