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ELEIÇÕES 2014

- Publicada em 09 de Outubro de 2014 às 00:00

Sartori não participará de debate da Rede Bandeirantes; cancelamento gera protestos


Jornal do Comércio
No início da semana, a campanha de José Ivo Sartori (PMDB), que concorre ao governo do Estado, esteve envolvida em uma polêmica. O candidato começou na terça-feira a cancelar a participação em debates previamente agendados com as emissoras, alegando que faria apenas um confronto por grupo de comunicação. Ainda ontem à noite, a Rede Bandeirantes realizou uma reunião para tratar do debate que ocorreria nesta quinta-feira, mas a coordenação de Sartori foi irredutível e o confronto com Tarso Genro (PT) não ocorrerá.
No início da semana, a campanha de José Ivo Sartori (PMDB), que concorre ao governo do Estado, esteve envolvida em uma polêmica. O candidato começou na terça-feira a cancelar a participação em debates previamente agendados com as emissoras, alegando que faria apenas um confronto por grupo de comunicação. Ainda ontem à noite, a Rede Bandeirantes realizou uma reunião para tratar do debate que ocorreria nesta quinta-feira, mas a coordenação de Sartori foi irredutível e o confronto com Tarso Genro (PT) não ocorrerá.
O cancelamento gerou protestos de comunicadores e críticas da campanha petista. Ainda na terça-feira, o coordenador da campanha de Sartori, vice-prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (PMDB), chegou a dizer que o candidato participaria de todos os debates. Ao Jornal do Comércio, o coordenador da campanha atribuiu inicialmente a notícia da desistência de Sartori de participar dos debates a uma “pauta do PT; você foi pautado pelo PT”. Entretanto, após a reportagem confirmar com representantes das rádios o cancelamento da participação do candidato peemedebista, o discurso do vice-prefeito mudou. “O candidato vai participar dos debates a partir da semana que vem. Estamos tentando convencer os veículos a fazerem um debate, essa é uma proposta”, afirmou Melo, que alegou problemas de agenda para participar dos debates.
O marqueteiro de Sartori, Marcos Martinelli, manteve a mesma postura do coordenador da campanha, afirmando inicialmente que a notícia teria sido plantada pelo PT e garantiu que “essa pauta está vencida”. Porém, ao ser confrontado com a confirmação do cancelamento por parte das rádios, culpou a agenda apertada.
Em entrevista ao JC na terça-feira, o governador e candidato à reeleição, Tarso Genro, disse que desconhecia a intenção do adversário de não participar de debates. “Não tenho essa informação. Se isso ocorrer, será muito estranho, porque é uma oportunidade que temos para esclarecer a população a respeito de nossas posições. Isso pode demonstrar que, na verdade, ele está fazendo um bloqueio do conhecimento de suas posições”, disse. O coordenador de comunicação da campanha de Tarso, João Ferrer, aponta que a estratégia para o segundo turno inclui a comparação das carreiras e biografias dos candidatos. “O contraste entre as trajetórias é natural e não configura nenhum tipo de ataque, apenas estabelece uma comparação. No primeiro turno, não falamos sobre nosso adversário atual, portanto, ele chega nesta etapa sem ter sido submetido a um exame mais aprofundado do eleitor sobre suas convicções e biografia política”, explica.

Segundo turno acirra confronto de candidatos

A campanha eleitoral no segundo turno deve apresentar um tom mais duro no confronto entre Tarso Genro (PT) e José Ivo Sartori (PMDB) na disputa pelo Palácio Piratini. A estratégia petista vai buscar a comparação dos governos de ambos os partidos. Durante o primeiro turno, o peemedebista conseguiu se aproveitar da polarização entre Tarso e Ana Amélia Lemos (PP). Com o lema “meu partido é o Rio Grande”, conquistou 40,4% do eleitorado gaúcho, repetindo os fenômenos Germano Rigotto (PMDB), eleito em 2002, e Yeda Crusius (PSDB), em 2006 – ambos estavam na terceira colocação nas pesquisas de intenção de voto e venceram o primeiro turno. A propaganda eleitoral em rádio e televisão recomeça neste sábado.
Para a continuidade da campanha, o PT deve forçar a comparação do histórico de Sartori e, principalmente, a participação do concorrente nos governos do PMDB no Estado. A estratégia é forçar o confronto com o peemedebista, buscando tirá-lo da posição confortável de líder do primeiro turno. Segundo o coordenador político da campanha petista, Marcelo Danéris, a ideia é traçar um paralelo entre os governos nos quais o PMDB esteve presente com os governos petistas. “Eles (PMDB) governaram o Estado três vezes, participaram de governos como o de Yeda Crusius, então eles tem responsabilidade, nós vamos fazer esse debate de comparações.” As comparações referidas por Danéris devem se focar nas gestões de Antônio Britto (PMDB, 1995-1998) e da tucana Yeda (2007-2010).
A estratégia petista no primeiro turno focou seu poder de fogo em Ana Amélia e surtiu efeito, a candidata que, no início da campanha, era favorita acabou na terceira posição, com 21,79% dos votos. Porém, o próprio PT já sofreu por duas vezes o revés de um candidato desconhecido no início da campanha que acabou conquistando a cadeira do Piratini. Apesar disso, Danéris acredita que a campanha está correta em focar no peemedebista apenas no segundo turno. “Nós tínhamos um debate com quem estava disputando as primeiras posições para governar o Estado. Naquele momento (primeiro turno), Ana Amélia estava liderando as pesquisas e fizemos um debate direto com ela. Houve o resultado eleitoral e colocou Sartori em primeiro lugar, e vamos refazer o debate político”, afirmou Danéris. A estratégia de comparação de governos deve deixar o tom petista mais agressivo, entretanto, Danéris garante que os ataques não serão pessoais à figura de Sartori. Em contrapartida, o concorrente peemedebista deve manter a mesma postura adotada durante o primeiro turno. Segundo o marqueteiro de Sartori, Marcos Martinelli, a orientação é não transformar o pleito em disputa pessoal. “O Sartori não ataca ninguém, e não vai atacar. Eleição não é vale tudo”, afirmou.
A posição de Martinelli é acompanhada pelo coordenador da campanha, o vice-prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo (PMDB), que mantém a linha do marqueteiro e garante que a estratégia para o segundo turno passa por três pontos: “ampliar as alianças o máximo possível, utilizar bem o espaço de televisão e rádio e, terceiro, mobilizar todos os partidos que estão conosco”. Tanto Melo quanto Martinelli afirmam que trabalharão para apresentar um projeto de “futuro e não de olhar para o passado”, evitando assim as comparações governos. Os dois, porém, afirmam estar preparados para os ataques e comparações que venham do lado petista.
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