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Eleições 2014

- Publicada em 06 de Outubro de 2014 às 00:00

“Gaúchos me querem no Senado”, diz Ana Amélia


JONATHAN HECKLER/JC
Jornal do Comércio
A candidatura da senadora Ana Amélia Lemos (PP) ao governo do Estado teve a “esperança” como mote da campanha. A coligação entre PP, PSDB, SDD e PRB foi batizada de Esperança que Une o Rio Grande.
A candidatura da senadora Ana Amélia Lemos (PP) ao governo do Estado teve a “esperança” como mote da campanha. A coligação entre PP, PSDB, SDD e PRB foi batizada de Esperança que Une o Rio Grande.
Os comitês de campanha – chamados de Casas de Ana Amélia – ostentavam um slogan que sentenciava que naqueles locais “morava a esperança”. E a senadora, ao anunciar que seria candidata ao Piratini, proclamou que, daquele momento em diante, queria ser chamada de “Ana Esperança”.
Entretanto, a conclusão da apuração – 40,4% dos votos para José Ivo Sartori (PMDB); 32,5%, para Tarso Genro (PT) e 21,7%, para Ana Amélia – esvaziou a esperança dos militantes, que acreditavam que ela iria para o segundo turno, como apontavam as pesquisas eleitorais.
Ao se pronunciar na coletiva de imprensa, tendo ao lado os integrantes da chapa majoritária, a senadora não admitiu uma derrota. Ao invés disso, elencou as “vitórias” da chapa que liderou: o bom desempenho do presidenciável Aécio Neves (PSDB), que somou 41,4% dos votos no Estado; e a votação da candidata ao Senado Simone Leite (PP) que, na sua primeira eleição, acumulou 10,5% da preferência dos eleitores, em uma disputa com Lasier Martins (PDT), Pedro Simon (PMDB) e Olívio Dutra (PT). Além disso, se comprometeu em trabalhar “até a última gota de suor” para eleger Aécio.
“Os gaúchos manifestaram a vontade de que eu permaneça no Senado Federal. A campanha foi vitoriosa, pois a candidata Simone Leite, escolhida por mim para concorrer, teve uma votação muito maior do que as pesquisas apontavam. E o nosso candidato à presidência da República, Aécio Neves, praticamente empatou com a candidata à reeleição (Dilma Rousseff, que teve 43,2% dos votos gaúchos)”, declarou Ana Amélia, em um tom entusiasmado e otimista, restituindo o ânimo aos correligionários. Alguns inclusive estavam com lágrimas nos olhos, como o vice Cassiá Carpes (SDD), que abriu mão de concorrer à reeleição à Assembleia Legislativa para participar da chapa.
Em uma referência ao principal adversário nos debates eleitorais, o candidato à reeleição, o governador Tarso Genro (PT), a senadora atribuiu sua derrota a uma campanha “cheia de difamações” contra ela, “não condizente com o nível de politização do Rio Grande do Sul”. Ana Amélia também criticou as pesquisas eleitorais.
Na avaliação da senadora, o esforço difamatório explicaria a derrota. “Os eleitores talvez tenham sido influenciados pelos ataques rasteiros e até criminosos. Afinal, calúnia e difamação são crimes. Me sinto injustiçada e vítima de um tipo de política rasteira realizada por um determinado grupo aqui no Estado”, justificou.
De agora em diante, ela disse que vai se dedicar à campanha de Aécio – que, de acordo com a senadora, recebeu o apoio dos partidos da sua coligação por causa da intervenção dela. “Se dependesse de mim, o Aécio tinha aparecido todos os dias no nosso programa eleitoral. Mas a legislação eleitoral não deixava claro se podíamos fazer isso, visto que a instância nacional do PP havia tomado outra posição (apoiar a reeleição de Dilma)”, enfatizou, arrancando aplausos da militância, que tinha acabado de saber que o tucano havia passado para o segundo turno.
Ana Amélia desconversou sobre uma declaração de Aécio, na qual disse que a senadora poderia ocupar algum ministério num eventual governo do PSDB. E projetou seu futuro: “Agradeço a menção dele, mas agora estarei concentrada na sua campanha e no meu trabalho no Senado, em prol do Rio Grande do Sul. Além disso, não estou na política por um projeto pessoal, nem de poder.”
Quando encerrou o discurso, os militantes retomaram o slogan da esperança, entoando o jingle “Ana Amélia esperança! Quem trabalha sempre alcança...” Mas o ânimo não parecia mais o mesmo.
A senadora afirmou que ainda não sabe quem os partidos que formam sua coligação vão apoiar no segundo turno. “Essa é uma questão dos dirigentes das instâncias estaduais dos partidos.” Os quatro partidos da coligação devem se reunir até amanhã para tentar tomar uma decisão unânime. A tendência é de apoio a Sartori ou neutralidade.

Roberto Robaina diz que sua participação fortaleceu reivindicações populares

Mauro Belo Schneider
O candidato do P-Sol ao governo do Estado, Roberto Robaina, acredita que sua participação no processo eleitoral deste ano fortaleceu as reivindicações populares de junho de 2013.
“Levantamos as bandeiras da educação e da saúde pública. Fomos em defesa de que os recursos públicos sejam destinados a melhorar a vida das pessoas, e não para serem entregues aos grandes empresários, banqueiros e para as famílias milionárias que hoje ainda controlam a política”, afirmou em café da manhã na sede do P-Sol, no Centro de Porto Alegre.
Robaina ficou em quinto lugar, com 47.138 votos (0,77%) na disputa ao Piratini. Ele passou o dia ao lado da candidata do partido à presidência da República, Luciana Genro. Após o café da manhã, a dupla foi à Escola Apeles, para a votação de Luciana, e, em seguida, ao Colégio Unificado, para a votação de Robaina. O filho do casal, Fernando, acompanhou os pais.
“Nossas propostas fortalecem a luta por mais direitos. Direito dos trabalhadores, do movimento sindical, do movimento popular, do movimento de mulheres, dos LGBTs, e acho que isso faz diferença em uma campanha em que os políticos tradicionais fazem suas propostas de sempre e depois governam contra os interesses do povo”, considerou Robaina.
Sobre a performance de Luciana no cenário nacional, Robaina afirmou que foi um momento privilegiado “para mostrar quem é quem, para fortalecer as ideias de esquerda. A Luciana foi a novidade da campanha eleitoral, e foi a expressão das pessoas que foram às ruas. E ela também apresentou propostas que são fundamentais para o Brasil de fato progredir. Por isso, a Luciana cresceu tanto, sobretudo nas redes sociais, já que a grande mídia televisiva buscou bloquear muitas propostas do P-Sol”, denunciou.

Candidatura fortaleceu o PDT, avalia Vieira

JONATHAN HECKLER/JC
Vieira da Cunha ressalta propostas, vaga ao Senado e deputados
O candidato da coligação O Rio Grande Merece Mais (PDT, DEM, PSC, PV e PEN), Vieira da Cunha (PDT), defendeu a candidatura própria do partido ao governo do Estado, apesar de ter ficado em quarto lugar na disputa, com 263.062 votos (4,27%).
“Saímos da eleição indiscutivelmente revigorados, porque conquistamos uma cadeira de senador (com Lasier Martins) e aumentamos o número de deputados estaduais, de sete para oito (além de um do PV, que estava coligado com o PDT). Para federal, temos três do PDT e mais o Onyx (Lorenzoni do DEM), da nossa aliança. Então não vejo por onde se possa dizer que o PDT saiu enfraquecido dessa eleição.”
Vieira avaliou que sua candidatura ao governo “caiu de pé”, com a vitória de José Ivo Sartori (PMDB). “Sabíamos que só havia espaço para uma candidatura alternativa à do Tarso (Genro, PT) e da Ana Amélia (PP). A medida que a do Sartori se consolidou, era natural que a minha candidatura não encontrasse caminho para vencer”, reconheceu.
O pedetista observou que, apesar de ter obtido menos votos do que planejava, as pesquisas erraram, colocando-o com 2% das intenções de voto. “Hoje (ontem), eu tive o desprazer de ouvir um candidato dizer que iria chegar à minha frente, porque o Ibope nos deu empatados. Roberto Robaina (P-Sol) e eu estávamos empatados segundo o Ibope. Fico pensando se isso aí é só incompetência ou se tem outra coisa, pois é muito erro. Mas não é hora de reclamar, é hora de festejar.”
Em 2010, o PDT não havia lançado candidato próprio – indicou Pompeo de Mattos (PDT) como vice de José Fogaça (PMDB). Vieira destacou a importância da candidatura própria do PDT para afirmar o partido. Citou seu bom desempenho nos debates, que permitiu apresentar propostas concretas na disputa estadual, como a educação em turno integral para todas as escolas do Rio Grande do Sul e um posicionamento mais forte do governo do Estado na discussão sobre a dívida com a União. “Eu apresentei proposta concretas e tive um retorno muito positivo da população sobre minha participação nos debates”, disse.
Pela manhã, Vieira participou de café da manhã com lideranças de seu partido no Centro de Porto Alegre. Participaram o prefeito da Capital, José Fortunati, e o ex-governador Alceu Collares, que teve Vieira como diretor-geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) na sua gestão como prefeito.
Vieira manteve a confiança em um desempenho melhor do que o demonstrado nas pesquisas até o fim da votação. Pouco antes de entrar no colégio Bom Jesus Sevigné, no Centro Histórico, para votar, disse que continuava acreditando em uma virada sobre os favoritos.

Humberto Carvalho diz que cumpriu com a tarefa que o partido lhe confiou

Apesar de ter sido o último colocado pela segunda eleição seguida ao governo do Estado – em 2010 fez 1.889 votos –, o candidato do PCB, Humberto Carvalho, avaliou como positiva sua campanha. Desta vez, ele fez 2.253 votos (0,04%). “Cumpri a tarefa que me foi determinada pelo partido”, afirmou, após a apuração.
Carvalho avalia que o PCB sai fortalecido, independemente do resultado das urnas. “Houve aceitação de nossas propostas, como a revisão da dívida do Estado com a União, ao invés de uma renegociação”, disse. De acordo com o candidato, até técnicos da área econômica elogiaram a tese comunista, que além de revisar o débito, defende a união dos estados devedores, para que não fiquem submissos ao governo federal.

Estivalete se decepciona com falta de apoio nas urnas ao seu projeto político

O candidato do PRTB ao governo do Estado, Edison Estivalete, afirmou ontem, após a apuração dos votos, que estava feliz com a primeira candidatura majoritária do seu partido no Rio Grande do Sul. Entretanto, não escondeu a decepção com a baixa votação que obteve: 10.154 votos (0,16%).
Ele, que fez toda a campanha pilchado e se locomoveu a diversas agendas andando a cavalo, esperava que as saudações e o reconhecimento, que recebia do público, fossem traduzidom em votos. “Tivemos uma resposta muito boa das ruas, mas o resultado foi muito ruim na hora de votar. Uma pena que o gaúcho não goste de si mesmo”, afirmou, referindo-se ao fato de o eleitorado não ter optado por um candidato ligado a CTG e adepto das tradições.
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