Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

AVIAÇÃO

- Publicada em 28 de Abril de 2014 às 00:00

Copa do Mundo aquece setor aéreo


MARCOS NAGELSTEIN/JC
Jornal do Comércio
De olho nos grandes eventos previsto no Brasil até 2016, carreiras de comissário e pilotos comerciais ganharam novas perspectivas no Estado atraindo candidatos à formação e com esperança de emprego. A fase de reativação, depois das demissões em massa em 2012 e 2013 patrocinadas pelas maiores empresas do setor no País, é intensificada desde janeiro. Desde que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou maior oferta de voos para a Copa do Mundo, turmas intensivas de alunos foram abertas, e os recém-formados estão prestes a irem ao mercado. Na área de mão de obra técnicas, como mecânicos de manutenção, a oferta de formados não dá conta da procura das vagas abertas por empresas como a TAP Manutenção, em Porto Alegre. 
De olho nos grandes eventos previsto no Brasil até 2016, carreiras de comissário e pilotos comerciais ganharam novas perspectivas no Estado atraindo candidatos à formação e com esperança de emprego. A fase de reativação, depois das demissões em massa em 2012 e 2013 patrocinadas pelas maiores empresas do setor no País, é intensificada desde janeiro. Desde que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou maior oferta de voos para a Copa do Mundo, turmas intensivas de alunos foram abertas, e os recém-formados estão prestes a irem ao mercado. Na área de mão de obra técnicas, como mecânicos de manutenção, a oferta de formados não dá conta da procura das vagas abertas por empresas como a TAP Manutenção, em Porto Alegre. 
Foi só ter o anúncio de quase 2 mil voos extras no Mundial (muitos em rearranjos de rotas e horários), a Flight Escola de Aviação recebeu dezenas de chamadas para saber de novas turmas de comissários. Isso era janeiro, e a diretora da escola, Aneli de Lisboa, não teve dúvida e abriu três turmas. “Não sabíamos bem como ia ser a contratação, possivelmente mais de vagas temporárias, mas foi suficiente para atrair interessados”, lembra a diretora, cuja escola ocupa antigas instalações da Varig, na Fundação Rubem Berta. Certeza ou não de trabalho, a bacharel em Turismo e Hotelaria Jennifer Bonotto deixou emprego na área e decidiu apostar na profissão de aeronauta. “Estou confiante, entrei no intensivo para ser rápido, mas se não der agora, tem Olimpíada logo ali”, entusiasma-se a jovem.
Para Aneli, o mercado de aviação vai se expandir, com ofertas de trabalho em empresas nacionais e estrangeiras. Companhias como Qatar Airways e Emirates buscam trabalhadores no Brasil. A Emirates tem seleção em maio. A diretora recomenda que os candidatos “tenham os pés no chão”, para não se iludir com o glamour da função (que atrai a maior parte de quem frequenta os cursos), e se esmerem na formação e treinamento. Na Flight, a professora Cleide Maria da Silva ensina relações interpessoais e instruções de sobrevivência. “Postura, autoconfiança e atitude são essenciais”, adverte a professora, que dá aulas em meio a fileiras de poltronas que simulam a cena dentro de uma aeronave real. “Vocês são os agentes de segurança do voo”, lembra Cleide, aos atentos candidatos a comissário.      
As companhias com rotas domésticas não informam volume de vagas aberto este ano, após o sinal verde dado pela Anac para ofertar quase 2 mil novos voos durante a Copa. Nos sites, há processos de seleção abertos. A TAM informou que solicitou mil voos extras na cota para a Copa, e que havia estimado investimento de R$ 50 milhões e contratação temporária de mil pessoas, além de gerenciamento de escalas, aeronaves reserva, tripulação e equipes de manutenção. O vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), que abrange comissários e pilotos, José Adriano Castanho, observa que em 2014 estancaram as demissões em massa, que chegaram a ser registradas em 2012 e 2013, patrocinadas por companhias como Gol e TAM, as duas maiores. “Foram 2,5 mil demissões em dois anos”, contabiliza Castanho.
O dirigente avalia que a retomada de admissões retrata um processo de reabsorção de profissionais dispensados no passado. “A Gol está chamando o pessoal de volta, e TAM abre vagas em diversas funções. Na Azul e Avianca, são contratações novas, mas nada significativo”, analisa o vice-presidente do SNA. Parte das colocações são postos temporários, o que não permite assegurar que a expansão do setor veio para ficar, acautela-se Castanho. No País, estima-se que sejam 12 mil comissários. O fluxo mais intenso de voos em um mês, período do Mundial, também colocou o sindicato em alerta sobre períodos de descanso e desgaste de tripulações. “Estamos aguardando a aprovação de uma lei que regule a fadiga humana, hoje isso não é considerado.”
A atração que tem sido crescente é por pilotos, com oportunidade principalmente no exterior, onde um profissional pode ganhar o dobro de contratos com rotas domésticas. O SNA estima que 1,2 mil pilotos brasileiros estejam voando em companhias fora. “Um comandante ganha R$ 35 mil fora e R$ 17 mil aqui, graças a maior produtividade”, contrasta o dirigente. E foram as dispensas de grifes locais que empurraram parte dos 7 mil pilotos de aviação comercial em atividade no Brasil para o exterior. Na faculdade de Ciências Aeronáuticas da Pucrs, a disputa por vagas de formação cresceu nos últimos anos, depois de um boom nos anos de 1990, retomando a atratividade da carreira, diz o diretor da escola, Elones Ribeiro. O que passou a ser comum, aponta Ribeiro, é alunos prestes a se formar já terem emprego garantido.

TAP Manutenção tem vaga para mecânico aberta há seis meses

Vagas para mecânico de aviação estão abertas há seis meses à espera de candidatos na TAP Manutenção, que herdou as oficinas da antiga Varig ao lado do Aeroporto Internacional Salgado Filho, zona Norte de Porto Alegre. Para o vice-presidente de operações da empresa no Brasil, Valter Fernandes, a dificuldade de encontrar mão de obra técnica gera sérios limites ao negócio em meio a uma demanda que tem crescido nos últimos seis anos. “Recusamos serviços ou aumentamos as horas extras do quadro atual”, diz Fernandes. Na estrutura da Capital, 700 do quadro de 1,2 mil funcionários são mecânicos. A unidade atende aeronaves menores (um corredor), enquanto a filial no Rio de Janeiro, as maiores. 

Mas Fernandes assinala carência também de pintores, ajudantes, torneiros e outras funções. “O Estado perdeu o fôlego para formar profissionais e somos hoje os maiores empregadores”, diagnostica o vice-presidente. A posição gaúcha contrasta com a sede no Rio, onde estão mil empregados, dos quais 600 mecânicos. Situada em um mercado mais diversificado, a unidade terceiriza tarefas, como pintura. Na região, também ocorre maior desenvolvimento de vagas e formação devido a demanda de táxi aéreo, transporte de petróleo e gás e jatos executivos.  

A remuneração de mecânicos de manutenção em Porto Alegre — entre R$ 1,5 mil (iniciantes) a R$ 7 mil (mais experientes) deveria atrair interesse, mas falta quem busque este ramo. A empresa faz concurso para conseguir profissional com carteira e não consegue. A TAP tem convênio com escolas para treinar os futuros técnicos nas suas oficinas, que leva até três anos. A vantagem é ter lições com profissionais herdados ainda da Varig. “Formamos mão de obra, mas perdemos muita gente para companhias aéreas”, cita Fernandes. A disputa é ligada à expansão do setor. A saída, sugere o executivo, é uma ação entre setor privado e público para ampliar vagas e funções de formação. “O ramo exige especialização e o salário é um bom atrativo.” 

Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO