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Publicada em 27 de Março de 2024 às 19:19

Eduardo Leite reabre debate sobre aumento de ICMS e decretos sobre incentivos podem ser adiados

Após reunião com entidades empresariais, governador admite rever os decretos sobre benefícios

Após reunião com entidades empresariais, governador admite rever os decretos sobre benefícios

Mauricio Tonetto/Secom/Divulgação/JC
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Diego Nuñez
Diego Nuñez Repórter
O governador Eduardo Leite (PSDB) e secretários se reuniram com entidades empresariais, industriais e do setor primário para uma nova rodada de negociações acerca dos decretos que cortam benefícios fiscais no Rio Grande do Sul. Ficou decidido que o decreto sobre o Fator de Ajuste de Fruição (FAF) será adiado, abrindo possibilidade para nova discussão sobre aumento da alíquota modal do ICMS e consequente adiamento da entrada em vigor de todos os decretos.
O governador Eduardo Leite (PSDB) e secretários se reuniram com entidades empresariais, industriais e do setor primário para uma nova rodada de negociações acerca dos decretos que cortam benefícios fiscais no Rio Grande do Sul. Ficou decidido que o decreto sobre o Fator de Ajuste de Fruição (FAF) será adiado, abrindo possibilidade para nova discussão sobre aumento da alíquota modal do ICMS e consequente adiamento da entrada em vigor de todos os decretos.

A sugestão de rediscutir aumento da alíquota básica do ICMS partiu do próprio empresariado. Uma carta assinada por 24 entidades e apresentada pelo presidente da Cotrijal, Nei Manica, sugere o aumento da alíquota de 17% para 19%, com a contrapartida de que os decretos sejam retirados. Reajuste de ICMS era o Plano A de Leite, que propôs um aumento para 19,5% no ano passado. Frente a eminente derrota no Legislativo, retirou o projeto e anunciou corte de benefícios.

Essa nova proposta, contudo, não tem o apoio da totalidade das entidades e tampouco conta com o aval do governo, que estudará a proposta. Afinal, os decretos entrariam em vigor em abril e uma nova alíquota de ICMS só passaria a valer em 2025.

"Algumas entidades não assinaram, mas se dispõem também a discutir o Plano A, que é o ajuste da alíquota modal do ICMS em troca de na haver esses decretos que recusam benefícios fiscais. Vamos avaliar com a nossa equipe. Envolve uma série de análises econômicas, pois só valeria no ano que vem. Esse ano não teria o impacto e o governo tem a necessidade dos recursos em 2024", afirmou à imprensa o governador Eduardo Leite, após a reunião, no Palácio Piratini.

Essa análise técnica deve ocorrer até a próxima segunda-feira (1), quando vigorariam os decretos. À medida que se retomar a discussão da alíquota do ICMS, o governo poderia adiar os decretos. Com o reajuste passando na Assembleia, os decretos poderiam ser retirados.

De concreto, ficou decidido que o decreto que traz mudanças no FAF será adiado e não entra em vigor a partir do próximo mês. O FAF, hoje, condiciona 15% da concessão deste benefício à aquisição de insumos dentro do Estado. A partir do decreto, 100% teria essa condição.

"Um dos decretos que diz respeito ao FAF será prorrogado e não teria vigor em abril. Ainda estamos definindo o prazo de prorrogação. Também definimos que a devolução para o fundo, pelos defensivos agrícolas, não chegaria a 40%. Limitaríamos em 30%", disse Leite.

O setor de defensivos agrícolas foi o único que ficou mantido no decreto que condiciona a concessão de benefícios a uma devolução escalonada do valor da isenção, de 10% a 40%, para o Fundo de Reforma do Estado. Na última alteração, 63 setores haviam sido retirados desse decreto. Defensivos agrícolas estão mantidos, mas com limite de 30%.

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