Ministro admite 'erro formal' em envio de recurso público para custear 'carnaval' de servidores

"Houve um erro formal do meu gabinete, erro de procedimento, que isso nunca mais se repetirá", declarou Márcio Macêdo

Por Agência Estado

Brasília (DF), 18/12/2023 - Ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, durante entrevista no programa A Voz do Brasil, nos estúdios da EBC. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, admitiu nesta quinta-feira (11), que houve um "erro formal" na emissão de passagens e diárias pagas com dinheiro público para três dos seus servidores que o acompanharam em um carnaval fora de época no fim do ano passado. Macêdo negou que tenha autorizado a viagem dos funcionários e disse que não sabia que eles haviam ido para Aracaju, onde aconteceu o evento, com verbas da Presidência. O Portal da Transparência, contudo, registra que os recursos foram entregues aos assessores "por ordem do ministro"."Houve um erro formal do meu gabinete, erro de procedimento, que isso nunca mais se repetirá", declarou o ministro em entrevista nesta quinta-feira (11), no Palácio do Planalto. "Houve um erro onde três assessores foram para Aracaju e utilizaram as passagens com recursos públicos", disse Macêdo.Macêdo disse também que viajou para o Pré-Caju - nome do carnaval fora de época da capital sergipana - com passagens pagas com recursos próprios. Segundo o ministro, a festa não era uma agenda institucional e os gastos de dinheiro público por parte dos servidores foi descoberto por ele há dois dias."O fato concreto do erro é que teve passagens que foram emitidas para funcionários irem a uma atividade que não teve agenda institucional. Isso não pode acontecer", afirmou o ministro. "Eu sabia que eles estavam lá, mas não sabia que foram gastos recursos públicos sem ter agenda institucional. Descobri há dois dias."O fotógrafo Bruno Fernandes da Silva, conhecido como Bruno Peres, o assessor Yuri Darlon Góis de Almeida e a gerente de projetos Tereza Raquel Gonçalves Ferreira receberam R$ 3.656 em diárias do total. O restante se refere às passagens. Bruno foi quem fotografou o ministro durante a agenda particular. As imagens publicadas nas redes sociais de Macêdo são creditadas a ele. O fotógrafo tem um salário de R$ 11.306,90. É o mesmo valor recebido por Yuri, que é assessor da Secretaria Nacional da Juventude da pasta, e por Tereza, que é gerente de projetos.Para justificar as viagens dos assessores, a Secretaria-Geral alegou que, por ordem de Márcio Macêdo, eles iriam participar de uma visita ao Instituto Renascer Para Vida uma ONG cuja sede, segundo dados da Receita Federal, fica em um município vizinho a capital de Sergipe. No entanto, a agenda oficial do ministro não registrou nenhuma missão no período. Além disso, ele não postou sequer uma foto do encontro em suas redes sociais - ao mesmo tempo em que publicou 28 imagens e um vídeo na folia. Aracaju é o reduto eleitoral de Macêdo.O Estadão questionou a Secretaria-Geral da Presidência desde a quarta-feira (10) sobre se a agenda na ONG havia sido realizada, mas não obteve respostas por parte da pasta.De acordo com Macêdo, tal procedimento descrito como "de ordem do ministro" - presente na justificativa para o Portal da Transparência - é um "procedimento padrão" do ministério, "Essa é uma decisão do gabinete que é feita corriqueiramente", acrescentou.

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