Aborto foi o centro do debate na Câmara de Porto Alegre

Adotando o mesmo tom da sessão anterior, os debates do plenário da Câmara de Porto Alegre seguiram focando no debate sobre a descriminalização do aborto

Por João Antonio da Silva

Fernanda Barth. Cristina Beck / CMPA / JC
Adotando o mesmo tom da sessão anterior, os debates do plenário da Câmara de Porto Alegre seguiram focando a polêmica sobre a descriminalização do aborto. Nesta quarta-feira (27), as discussões iniciaram através do requerimento de priorização da moção de solidariedade proposta pela vereadora Fernanda Barth (PL).

• LEIA TAMBÉM: Vereadora de Porto Alegre distribui na Câmara adesivos com mensagem "aborto é assassinato"

O texto da moção é direcionado ao Congresso, mas visando criticar o voto manifestado pela ministra Rosa Weber, que se aposenta do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (28). "Ao Congresso Nacional, em face da iminente legalização do aborto por meio da ADPF 422, pelo STF, a fim de garantir as prerrogativas constitucionais e republicanas das competências do poder legislativo", propõe a moção.
Durante as discussões sobre a priorização, o vereador Tiago Albrecht (Novo) pediu uma questão de ordem para solicitar a saída de uma mulher que acompanhava a sessão do lado de fora da tribuna e vestia uma camiseta com os dizeres "Vote como uma abortista". O vereador alegou uma das regras do regimento proíbe instigar atos ilícitos dentro da Câmara, o que estaria sendo infringido pelo texto da camiseta.
Após a aprovação da requerimento, a proposta entrou em discussão e se estendeu por grande parte da sessão. A vereadora Biga Pereira (PCdoB) ressaltou que a pauta analisada pelo STF aborda a descriminalização, diferente do texto da moção que protesta contra "a iminente legalização do aborto". A moção foi aprovada por 19 votos favoráveis e 7 contrários.
Alguns parlamentares aproveitaram o tempo disponível para lembrar a situação vivida em Porto Alegre nesta quarta-feira (27), com o transbordamento do Guaíba e se tornando a maior cheia desde 1941. Apesar disso, o debate na câmara seguiu em torno do aborto.