Bolsonaro devolve kit de joias sauditas após determinação do TCU

Após determinação do TCU (Tribunal de Contas da União), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou nesta sexta-feira (24) à Caixa Econômica Federal em Brasília as joias que recebeu de presente da Arábia Saudita em 2021

Por Folhapress

Jewelry gifted to former Brazilian President Jair Bolsonaro and former first lady Michelle Bolsonaro by the Saudi government and seized by customs officials is displayed at Guarulhos International Airport in Sao Paulo, Brazil, on March 15, 2023. - A Brazilian court ruled Wednesday ex-president Jair Bolsonaro has five days to hand over pricey jewelry he received as a present from Saudi Arabia, and ordered an audit of all official gifts during his presidency. (Photo by Miguel SCHINCARIOL / AFP) Caption
Após determinação do TCU (Tribunal de Contas da União), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou nesta sexta-feira (24) à Caixa Econômica Federal em Brasília as joias que recebeu de presente da Arábia Saudita em 2021.
O acervo incluiria um relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário, todos da marca suíça de diamantes Chopard.
No último dia 15, o tribunal havia determinado que o material fosse entregue na Secretaria-Geral da Presidência da República. O presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, alegou que o Bolsonaro não poderia ficar com as joias e disse que, para um presente ser incorporado ao patrimônio privado de um presidente, deveria ser classificado como item personalíssimo e ser de baixo valor.
O tribunal ainda determinou que o conjunto de joias e relógio avaliado em R$ 16,5 milhões que seria para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, retido pela Receita no aeroporto de Guarulhos (SP) em 2021, também seja enviado à Caixa. Os artigos de luxo estavam na mochila de um militar, que à época era assessor do então ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia).
Nesta quinta (23), Bolsonaro afirmou que devolverá as armas recebidas por ele como presente de autoridades dos Emirados Árabes Unidos em 2019 "com dor no coração".
Bolsonaro ainda disse que pagaria, se possível, para ficar com os equipamentos, mas os devolverá conforme decisão do TCU. As declarações foram dadas à TV Record em entrevista exibida nesta quinta-feira (23).
"Confesso, com dor no coração, vou entregar as armas, com dor no coração, tá o meu nome lá, eu pagaria o que tenho no meu bolso aqui por aquelas duas armas, mas não vamos criar qualquer polêmica no tocante em si, às armas", disse o ex-presidente.
Em outubro de 2021, Albuquerque liderou uma comitiva para um evento internacional na Arábia Saudita.
No retorno, um conjunto de itens de luxo avaliado em R$ 16,5 milhões que inclui colar, brincos, anel e relógio da marca suíça Chopard foi retido pela Receita no aeroporto de Guarulhos (SP) assim que Albuquerque e equipe desembarcaram no Brasil. O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Um segundo pacote, que inclui relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário, todos também da marca suíça de diamantes Chopard e depois entregues a Bolsonaro, estava na bagagem de um dos integrantes da comitiva e não foi interceptado pela Receita, como mostrou a Folha de S.Paulo. Esse pacote acabou incorporado ao acervo pessoal de Bolsonaro e agora terá de ser devolvido à Presidência.
Antes, em 2019, o ex-presidente também ganhou de presente uma pistola e um fuzil de representantes dos Emirados Árabes. O fuzil foi customizado com o nome de Bolsonaro, segundo informações publicadas pelo site Metrópoles. A pistola pode ter preços que variam de R$ 5,9 mil a R$ 15,6 mil. Modelos semelhantes do fuzil custam entre R$ 32 e R$ 42 mil.