Governos federal e estadual vão elaborar plano para combater o trabalho degradante

Governador Eduardo Leite se reuniu com Luiz Marinho no fim da passagem do ministro pelo RS

Por Diego Nuñez

ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho - coletiva de imprensa - situação de trabalho escravo -
O governo do Estado e o Ministério do Trabalho e Emprego devem desenvolver em conjunto um plano de fiscalização e conscientização com o objetivo de erradicar o trabalho em condições análogas à escravidão no Rio Grande do Sul.
O compromisso foi firmado em uma de últimas agendas do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, no Estado, quando foi recebido pelo governador Eduardo Leite (PSDB) no Palácio Piratini, na tarde de ontem.
"Já assinamos um acordo de cooperação técnica com o MPT (Ministério Público do Trabalho) na semana passada e vamos estender ao ministério para desenvolver um plano de trabalho com as ações que virão pela frente, não apenas de fiscalização, mas também de conscientização e engajamento, para que tenhamos esforço concentrado para reduzir ao mínimo a chance de haver outro tipo de episódio lamentável como esse", disse o governador, referindo-se aos quase 300 trabalhadores que prestavam serviços em condições abusivas no Estado.
"A ideia é avançar para incluirmos o ministério. Já nos próximos dias, isso deve se transformar em reuniões para definirmos o plano com ações específicas, crognogramas, prazos sobre a implementação das diversas políticas publicas que vão nos ajudar a chegar no que a gente desaja, que é a erradicação do trabalho análogo à escravidão no Estado", explicou Leite.
De acordo com o ministro, o plano deve ter atuação perene e não se restringirá a um trabalho momentâneo. "No ano que vem, a safra ocorrerá de novo. Esse planejamento evitará que a gente repita isso, não somente nos setores envolvidos, mas em tantos outros. Vamos fazer um comparativo da evolução desses problemas para ano que vem. É muito importante o engajamento da sociedade de maneira plena para erradicar o trabalho escravo no Brasil", afirmou Marinho, em entrevista coletiva no Piratini após a reunião.