Piratini negocia para não pagar dívida em 2023

Parcelas restantes em 2023 somam R$ 1,2 bilhão e RS tenta negociar com a União

Por Diego Nuñez

Almoço do Sinduscon com palestra do governador Eduardo Leite sobre "A Construção Civil no Programa de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul".
Seguem as tratativas entre Rio Grande do Sul e governo federal acerca das perdas de arrecadação com o ICMS impostas pela Lei 194, que reduziu as alíquotas do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, transporte público e comunicações. O Ministério da Fazenda anunciou que compensará o Estado em R$ 3,02 bilhões, sendo pago 25% desse valor neste ano, 50% em 2024 e o restante, 25%, em 2025. Leite, contudo, tenta reaver 50% desse montante já em 2023. "A União quer fazer a compensação de apenas 25% esse ano. Estamos lutando para que seja no mínimo 50%, que seria cerca de RS 1,5 bilhão", afirmou Leite, em entrevista após a reunião-almoço da Sinduscon-RS, que abriu o calendário de palestras que serão promovidas pela entidade em 2023.
"Como o Estado tem, neste ano, cerca de R$ 1,2 bilhão remanescentes de pagamento (da dívida gaúcha com a União) pela frente, seria o equivalente a nós não pagarmos mais as parcelas. Se formos compensados somente de 25% (pelo ICMS), vai ser equivalente ao abatimento de 50% das nossas parcelas (da dívida) neste ano", projetou o governador.
Apesar de ter sido anunciado, pelo governo federal, o ressarcimento de R$ 29,6 bilhões aos estados brasileiros, o acordo ainda não foi publicado - o que dá margem para que o Palácio Piratini continue negociando com a Fazenda nacional.