MP sustenta tese de assassinato em julgamento do caso Eliseu Santos

Por Agências

Promotores de Justiça Lúcia Helena Callegari e Eugênio Paes Amorim, do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) no julgamento do caso Eliseu Santos
O segundo dia de júri do caso Eliseu Santos (PTB), então secretário municipal de Saúde e ex-vice-prefeito de Porto Alegre, começou ontem com a promotora de Justiça, Lúcia Helena Callegari, apresentando a tese de acusação do Ministério Público (MP). A tese é de que Eliseu Santos foi assassinado a mando dos donos da empresa de vigilância Reação. A promotora citou supostas desavenças entre o réu Marcelo Pio Machado e Eliseu: "A vítima fez ocorrência em 15/5/2009 dizendo que havia sido ameaçada de morte por um motoqueiro, no trânsito, quando levava a filha para a escola."
O primeiro dia de júri foi na terça-feira e contou com o depoimento do governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), que era delegado e diretor do Departamento Estadual de Investigação Criminal, na época do ocorrido, em 26 de fevereiro de 2010. O governador disse lembrar do caso e comentou a polêmica envolvendo incongruências entre as conclusões da Polícia Civil e do MP. "Não é primeira vez que a Polícia tem uma conclusão, MP outra e o Judiciário outra. Isso é do nosso sistema legal, processual".
Na época, a Polícia Civil apontou crime de latrocínio, enquanto que o MP sustentou que foi o político foi assassinado por vingança por ter sustado o contrato com a Reação, suspeita de um esquema de desvio de recursos na pasta da Saúde. A empresa era responsável pela segurança de postos de saúde municipais.