Sem apoiar Leite, PT e PSOL orientam a não votar em Onyx no segundo turno

Partidos divulgam resolução para 'combater o bolsonarismo' no Rio Grande do Sul

Por Diego Nuñez

Café da manhã candidato ao governo do RS pelo PT Edegar Pretto
Sem declarar apoio ao candidato Eduardo Leite (PSDB) no segundo turno das eleições para governador do Rio Grande do Sul, PT e PSOL gaúchos orientaram seus filiados a não votarem em Onyx Lorenzoni (PL). As siglas não especificaram se o eleitor de esquerda no Estado deve votar em Leite ou anular seu voto. As notas divulgadas pelos partidos são semelhantes e falam em "combater o bolsonarismo" também no Rio Grande do Sul.
A resolução política assinada pela comissão executiva do PT gaúcho na tarde desta segunda-feira (10) propõe "o combate sem tréguas ao bolsonarismo no Brasil e no Rio Grande através dos seus representantes. Portanto, nenhum voto a Onyx". 
O PT ainda sinaliza entendimento de que há diferenças entre os dois candidatos: "de um lado há um candidato que representa o extremismo de direita, e de outro uma candidatura que não assume lado na disputa nacional optando pela neutralidade", afirma a nota.
Mais cedo, o PSOL gaúcho já tinha divulgado posição tomada por ampla maioria da executiva e decidiu orientar filiados da seguinte maneira: “Nenhum voto em Onyx, derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo com Lula presidente”. 
Para ambos os partidos, a prioridade é a eleição nacional. Luís Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) disputam a presidência da República. A corrida pelo Palácio do Planalto é o foco dos partidos mesmo no Rio Grande do Sul, visto que a esquerda não tem representante no segundo turno da disputa pelo Palácio Piratini. 
"(O PT) orienta sua militância a focar no que é central: a eleição de Lula no dia 30 de outubro e a busca pela vitória também no Rio Grande do Sul, onde já fizemos quase 43% dos votos válidos no primeiro turno. Para isto, reforçamos a orientação às nossas representações institucionais e direções municipais e regionais (para) que continuem o diálogo com as lideranças locais dos partidos que apoiaram as candidaturas de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) (à presidência) para formarmos uma grande frente em defesa da Democracia", afirma a primeira resolução petista.
Já o PSOL antecipadamente se coloca como oposição ao futuro próximo governo do Estado, seja quais forem os resultados do pleito do último domingo do mês. A deputada estadual reeleita Luciana Genro, presidente do partido no Estado, frisou: “Vamos enfrentar a agenda econômica liberal que retira direitos dos servidores, desmonta os serviços públicos e privatiza o patrimônio do Estado”.
Na avaliação de dirigentes do PSOL, uma vitória de Lula serviria, também, para frear a agenda "autoritária e conservadora de Onyx", caso o ex-ministro se consagre vitorioso no segundo turno. “Nossa principal tarefa é eleger Lula para derrotar Bolsonaro e poder seguir a luta contra o bolsonarismo em melhores condições. Estaremos nas ruas até o dia 30 empenhados nesta grande mobilização”, afirmou Luciana.