TSE proíbe uso de imagens de Bolsonaro no funeral da rainha pela campanha

Na semana passada, quando a comitiva presidencial esteve em Londres, Bolsonaro discursou a apoiadores da sacada da embaixada do Brasil na Inglaterra

Por Agência Estado

This handout picture released by the Brazilian Presidency shows Brazil's President Jair Bolsonaro signing the condolence book for the late Queen Elizabeth II at the UK Embassy in Brasilia, on September 12, 2022. - Queen Elizabeth II, the longest-serving monarch in British history and an icon instantly recognisable to billions of people around the world, died at her Scottish Highland retreat on September 8 at the age of 96. (Photo by CLAUBER CAETANO/BRAZILIAN PRESIDENCY / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT "AFP PHOTO / BRAZILIAN PRESIDENCY / CLAUBER CAETANO" - NO MARKETING NO ADVERTISING CAMPAIGNS - DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS Caption
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, por unanimidade, nesta quinta-feira (22), manter a decisão do ministro Benedito Gonçalves de proibir a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição de usar as imagens de sua passagem pela Inglaterra para participar do funeral da rainha Elizabeth II nas peças de propaganda eleitoral. A Corte determinou a imediata remoção dos vídeos do discurso de Bolsonaro na sacada da Embaixada Brasileira em Londres, assim como a proibição de uso das demais imagens geradas no funeral da rainha, sob pena de multa de R$ 20 mil.
Na semana passada, quando a comitiva presidencial esteve em Londres, Bolsonaro discursou a apoiadores da sacada da embaixada do Brasil na Inglaterra. Na ocasião, o presidente disse que seria impossível não ser reeleito no primeiro turno das eleições deste ano e atribuiu a uma "missão de Deus" sua chegada ao governo federal, em 2018. Bolsonaro falou sobre os riscos do avanço de partidos de esquerda e centro-esquerda na América do Sul, sob o discurso de que se aproxima o momento de "decidir o futuro da nossa nação".
Para o relator do caso, Benedito Gonçalves, o discurso de Bolsonaro fere a paridade de armas entre os candidatos à Presidência, pois somente o atual presidente pode ter acesso às dependências da Embaixada, por causa do cargo de chefe de Estado que ocupa. Segundo o ministro, a presença de Bolsonaro nas dependências da chancelaria brasileira foi evidentemente utilizada em proveito da sua campanha à reeleição.
"A conduta, ao propiciar contato direto com eleitores e favorecer a produção de material de campanha, é tendente a ferir a isonomia, pois explora a atuação do Chefe de Estado, em ocasião inacessível a qualquer dos demais competidores, para projetar a imagem do candidato", afirmou. "A repercussão do vídeo na internet, com mais de 49.000 (quarenta e nove mil) visualizações, demonstra que o alcance do ato não se restringiu ao pequeno grupo presente ao local", completou.
O presidente aproveitou a viagem como chefe de Estado durante as homenagens à rainha Elizabeth para visitar um posto de gasolina e gravar vídeo alardeando que o combustível no Brasil é um dos mais baratos do mundo.