MDB gaúcho define rumo eleitoral no domingo

Diretório do Rio Grande do Sul sofre pressão da direção nacional para apoiar a reeleição do tucano Eduardo Leite

Por Marcus Meneghetti

Reunião dos emedebistas vai avaliar candidatura ao governo do Estado
Sob pressão da direção nacional do MDB para abrir mão da candidatura própria e apoiar a tentativa de reeleição do ex-governador Eduardo Leite (PSDB), os emedebistas gaúchos reúnem o diretório estadual neste domingo, em Porto Alegre, para decidir o futuro da pré-candidatura ao Palácio Piratini do deputado estadual Gabriel Souza (MDB). Nesta semana, lideranças gaúchas do MDB e PSDB se reuniram para discutir uma possível aliança em torno da candidatura de Leite.
Em 29 de junho, a executiva nacional do MDB aprovou um indicativo a favor da aliança com o PSDB na eleição para o governo do Rio Grande do Sul. "A chapa única é fundamental para o projeto em torno de Simone Tebet", justificou a executiva, em seu perfil no Twitter.
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) é pré-candidata à presidência da República pelo MDB, com o apoio do PSDB nacional. A unificação das candidaturas de Souza e Leite garantiria um palanque único para Simone durante a campanha presidencial no Rio Grande do Sul.
No dia em que foi aprovado o indicativo do MDB, Leite se pronunciou em suas redes sociais. "Recebo a posição do MDB nacional como demonstração de sinergia com o espírito que moveu o PSDB a abrir mão de candidatura própria à presidência", escreveu no Twitter Leite.
E prosseguiu: "Compreendo que o MDB-RS tem legitimidade para buscar protagonismo de candidatura própria e que encaminhará como julgar apropriado este indicativo. Nossos projetos para o RS têm sinergia e confrontaremos, localmente, representantes das forças que polarizam nacionalmente."
Souza também se manifestou naquele dia: "Encaro o indicativo do MDB nacional, em relação à eleição para o governo do RS, como um pedido de abertura de conversa. Como pré-candidato a governador do MDB tenho procurado dialogar com todas as siglas, junto com o presidente (do MDB gaúcho) Fábio Branco. Recebi um telefonema do ex-governador Eduardo Leite nesse sentido. Disse a ele que temos candidatura própria, mas jamais deixaríamos de conversar com quem quer que seja".
Na segunda-feira, Branco - acompanhado de outras lideranças emedebistas, como o ex-governador Germano Rigotto e o ex-ministro Luis Roberto Ponte - receberam Leite na sede do diretório estadual para uma reunião sobre as eleições. O ex-governador estava acompanhado de outros tucanos, como o presidente estadual da sigla, Lucas Redecker; o chefe da Casa Civil, Artur Lemos; e o deputado estadual Mateus Wesp.
Na ocasião, Branco sustentou a pré-candidatura de Souza, mas saudou o diálogo entre as duas legendas. Desde 23 de junho, os partidos vêm discutindo uma possível aliança. Leite e Souza tornaram-se mais próximos ao longo da gestão tucana, especialmente durante a passagem do emedebista pela presidência da Assembleia Legislativa. Eles não só apareciam juntos em eventos oficiais, mas também mostravam discursos afinados.
No início do ano, quando o MDB gaúcho ainda cogitava a realização de prévias para escolher o candidato ao governo do Estado, algumas lideranças emedebistas chegaram a dizer que a pré-candidatura de Souza tinha o objetivo de levar a legenda à uma aliança com Leite. Agora, a militância do MDB cobra a candidatura própria da sigla, e o próprio Souza tem reafirmado sua vontade de concorrer a governador.