Ex-ministro da Educação Milton Ribeiro é preso em operação da PF

As prisões ocorreram no âmbito da operação policial 'Acesso Pago', que investiga a prática de influência e corrupção para a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

Por JC

Milton Ribeiro e pastores são suspeitos de montar gabinete paralelo
Atualizada às 9h48min
A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta quarta-feira (22), o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e pastores suspeitos de montar um gabinete paralelo para liberação de verbas dentro do MEC. As prisões ocorreram no âmbito da operação policial “Acesso Pago”, que investiga a prática de influência e corrupção para a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, vinculado ao Ministério da Educação.
Com base em documentos, depoimentos e relatório final da investigação preliminar sumária da Controladoria-Geral da União, reunidos em inquérito policial, foram identificados possíveis indícios de prática criminosa para a liberação das verbas públicas.
Ribeiro pediu demissão do cargo no fim de março após se tornar alvo de grande pressão com a revelação de indícios de um esquema informal de obtenção de verbas envolvendo dois pastores sem cargo público. Prefeitos apontaram que uma espécie de balcão de negócios no MEC seria operada pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, ligados ao presidente Jair Bolsonaro, e priorizava a liberação de valores para gestores próximos a eles e a prefeituras indicadas pelo ‘centrão’, bloco político de sustentação ao governo.
Na ocasião, Bolsonaro afirmou, durante uma live no YouTube no dia 24 de março, que “colocaria a cara no fogo pelo ministro Milton Ribeiro”. A fala do presidente ocorreu aos 22min10s da transmissão.
As ordens judiciais foram emitidas pela 15ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal, após declínio de competência à Primeira Instância. A investigação corre sob sigilo.
Estão sendo cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e 5 prisões nos estados de Goiás, São Paulo, Pará, além do Distrito Federal. Outras medidas cautelares diversas, como proibição de contatos entre os investigados e envolvidos, também foram efetuadas.
O crime de tráfico de influência tem pena prevista de 2 a 5 anos de reclusão. São investigados também fatos tipificados como crime de corrupção passiva (2 a 12 anos de reclusão), prevaricação (3 meses a 1 ano de detenção) e advocacia administrativa (1 a 3 meses).