Governo do Estado retira Gabinete Digital do ar

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A página do Gabinete Digital (GD), ferramenta de participação popular on-line criada em 2011 pelo governo de Tarso Genro (PT), não está mais no ambiente on-line do governo.

O fato foi constatado, na sexta-feira passada, por meio do Facebook do ex-secretário-geral de governo do petista, Vinícius Wu, que coordenou e implementou o Gabinete Digital.
De acordo com nota emitida pela Coordenação de Comunicação, o site foi descontinuado em virtude dos custos de manutenção da estrutura, que incluíam R$ 8 mil mensais para manutenção no ar, R$ 60 mil mensais em custos de pessoal. O governo também aponta que, nos anos de 2013 e 2014, R$ 1,195 milhão foi destinado a pagamentos para a Procergs e Corag, e na realização de eventos alusivos ao gabinete.
O texto também diz que o conteúdo do Gabinete Digital "será armazenado na Procergs para consulta e em análise para arquivamento digital no Sistema de Arquivos do Estado", salientando que "nada foi apagado" e que "políticas como dados abertos e projetos de participação popular continuam e continuarão em ações operadas por secretarias correspondentes", afirmando que as ações e ferramentas contidas no site serão continuadas ou substituídas por outras já existentes no mercado, sem custo.
Na opinião do professor de jornalismo digital da Pucrs, Marcelo Träsel, uma possível descentralização do conteúdo do Gabinete Digital pode ser um problema, pois, na prática, "a pulverização pode dificultar o acesso do cidadão".
"Passar anos tornando o endereço relevante para a população, para depois tirar do ar, é um desperdício, pois se joga fora toda uma relação com o cidadão, que terá de começar do zero em uma nova plataforma", observa Träsel.
O professor mencionou o exemplo da plataforma de participação digital do governo britânico, que, mesmo com a alternância entre gestões dos partidos Trabalhista e Conservador, se mantém em funcionamento e com eficiência.
O Gabinete Digital, ao longo da gestão passada, teve algumas de suas iniciativas premiadas, como a ferramenta Governador Pergunta, que venceu o prêmio Bank Beneficiary Feedback Awards, do Instituto do Banco Mundial, reconhecida ao lado de iniciativas de países como Bangladesh, Índia e Camboja.