Às vésperas da eleição, Dilma cria unidades de conservação na Amazônia

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Criticado pelo setor ambientalista por não ter criado nenhuma unidade de conservação, o governo Dilma Rousseff publicou nesta segunda-feira (13/10) decretos criando suas três primeiras unidades na Amazônia, a duas semanas do segundo turno das eleições.
Os decretos instituíram três reservas extrativistas marinhas no Pará e ampliaram outra já existente no Estado, em um total de cerca de 60 mil hectares. Trata-se da Resex Marinha Mocapajuba, com 21 mil hectares em São Caetano de Odivelas, Resex Marinha Mestre Lucindo, em Marapanim, com 26,4 mil hectares, e a Resex Marinha Cuinarana, em Magalhães Barata, com 11 mil hectares.
Também houve ampliação da Reserva Extrativista Marinha de Araí-Peroba, em Augusto Corrêa, que acrescentou 50,5 mil hectares à sua área, antes de 11,5 mil hectares.
Havia também a expectativa do setor ambiental de criação de uma outra unidade, a estação ecológica Maués, no Amazonas, mas que não saiu.
A política das unidades de conservação é considerada por ambientalistas como importante para a preservação ambiental desses territórios. São áreas mais protegidas para o uso sustentável dos recursos naturais, sujeitas a normas especiais.
Mesmo com a criação dessas três unidades, porém, o governo Dilma é até agora o que menos criou unidades de conservação desde o governo Ernesto Geisel (1974-1979), na época da ditadura militar, que não havia criado nenhuma, de acordo com dados do Instituto Socioambiental.
Procurada, a assessoria do Ministério do Meio Ambiente informou que a publicação não tem relação com o período eleitoral e que os decretos estavam prontos há algum tempo, mas que demoraram para ser formalizados. Disse ainda que há outras unidades que podem ser publicadas até o fim do ano.