Renegociação da dívida com a União pode sair no próximo ano

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O governador Tarso Genro (PT) acredita que a dívida do Estado com a União, que cresce ano a ano e já supera os R$ 40 bilhões, poderá ser repactuada com a presidente Dilma Rousseff (PT) em 2012. Ele avalia que isso não foi feito neste ano por uma questão conjuntural.
"Neste momento, o governo federal está utilizando políticas anticíclicas para evitar a contaminação da economia brasileira pela crise internacional. Mas no primeiro semestre do próximo ano, vamos discutir a renegociação da dívida gaúcha", projetou ontem Tarso, em entrevista após evento do programa "O Governador Pergunta", no Palácio Piratini.
O governador também aproveitou para desdenhar das críticas das bancadas de oposição na Assembleia Legislativa, especialmente do PMDB, PSDB e PP, que vêm afirmando que o Estado não teria conseguido nenhuma "vantagem" com o prometido "alinhamento das estrelas", em referência às afinidades entre os petistas Tarso e Dilma, que comandam os governos estadual e federal.
"É uma crítica para cumprir tabela, porque todo mundo sabe que a relação com o governo federal rendeu muito para o Rio Grande do Sul neste ano", reagiu Tarso. Ele argumentou que os investimentos teriam vindo para o Estado em virtude da "apresentação de projetos e da interlocução permanente" com a União. "Não é porque eu e a presidenta Dilma somos do PT."
O petista entende que "não existe um alinhamento e sim um postura proativa do Executivo estadual, de demanda, de diálogo, de persuasão, porque a presidenta Dilma não privilegia nenhuma unidade federativa". Tarso exemplifica com o caso de São Paulo, onde o governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem recebido fartos recursos.
O governador gaúcho elenca como conquistas no seu primeiro ano de gestão "o R$ 1,15 bilhão para equalizar o preço do arroz; a solução do intrincado problema jurídico e técnico, que nós recebemos (do governo da tucana Yeda Crusius), relativo ao Cais Mauá; o início do projeto da construção do metrô; a ponte do Guaíba; os investimentos em infraestrutura portuária do Estado, no polo naval".