Aceitar a realidade e antecipar o futuro

Existem mais de 1.500 unidades de negócios pelo País sem as portas giratórias

Por JC

Ramiro Rosário
A Lavínia, minha filha que acaba de completar dois anos, dificilmente pisará numa agência bancária na sua vida adulta. Ela também não usará ônibus com cobradores, não enviará fax nem alugará filmes em videolocadoras. A tecnologia transforma nossas vidas todos os dias. O que é uma revolução hoje, amanhã vira peça de museu. A obrigação dos legisladores é ir colocando a vida real na norma legal.
É por isso que, em Porto Alegre, sou um vereador que trabalha pela inovação, geração de emprego e renda e a desburocratização, ou seja, a retirada das amarras estatais que atrapalham a vida das empresas e dos cidadãos. O projeto de lei de minha autoria aprovado pela maioria dos vereadores conversa com essas três linhas de atuação. A proposta retira a obrigatoriedade de instalar portas giratórias em agências bancárias que funcionam exclusivamente sem numerário, ou seja, que não lidam com dinheiro. São as chamadas agências de relacionamento com o cliente, algumas delas já ativas na Capital, inclusive sem as portas giratórias. Nenhuma delas ficou menos insegura por isso.
Hoje, existem mais de 1.500 unidades de negócios pelo País sem as portas giratórias - e sem histórico de ocorrências policiais. A alegada insegurança por parte do sindicato contrário à mudança não passa de ficção. Como não há dinheiro nas agências de negócios, não há atração para os meliantes. Nenhum ladrão bate em um cofre vazio.
A intenção da nova lei é clara: facilitar a vida das pessoas. A tecnologia já eliminou a necessidade de ir ao banco, um dos maiores problemas da vida moderna, sempre com demora, filas intermináveis etc. Agora, tudo pode ser resolvido direto pela internet, por sites ou aplicativos bancários. O projeto em questão dá uma sobrevida às agências e as coloca em outro patamar, onde o atendimento personalizado pode ser o diferencial de alguns bancos e extremamente útil aos clientes. Não é hora de retroagir. É preciso aceitar a realidade e antecipar o futuro.
Vereador de Porto Alegre (PSDB)