O eco da opinião pública

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O desgaste atribuído aos institutos de pesquisa durante o último pleito eleitoral não condiz com a análise dos números finais. A média de acerto dos quatro grandes (Ibope, Datafolha, Vox Populi e Sensus) foi superior a 90%. Resultados à parte, é necessário destacar que as pesquisas de opinião pública excedem a consulta de intenção de votos. São instrumentos que garantem a própria manutenção do sistema democrático.
Usual termômetro de campanhas eleitorais, as pesquisas são fundamentais para estreitar esse diálogo e fazer uma avaliação abrangente de interesses pontuais da sociedade. Mais do que uma estimativa do grau de satisfação, servem de diagnóstico para a elaboração de um plano estratégico de gestão. No campo empresarial, por exemplo, os levantamentos norteiam a análise do mercado.    
O estudo “Percepção da Pesquisa no Brasil” constatou que 86% da população considera o método importante para a administração pública, e 78% releva os resultados apresentados como a melhor maneira de expressar sua opinião e participar, mesmo que indiretamente, de decisões políticas.
Também os prefeitos devem manter aberta essa linha de comunicação com os cidadãos. A análise de avaliação diminui a possibilidade de erro na implantação de políticas públicas e evita o desperdício de recursos, direcionando investimentos às áreas identificadas como de maior carência. A amostragem ajuda a definir linhas de governo, antecipa resultados e escancara necessidades muitas vezes ignoradas.
Existem vários institutos de pesquisa idôneos e com tradição no Estado, que atuam com responsabilidade social. O eco da opinião pública fornece informações cruciais à gestão, e deve ser ponderado de forma contínua. Com argumentos científicos e sociológicos, a pesquisa aponta tendências e provoca os gestores para um novo olhar nos mais diferentes setores da administração. É esse tipo de reação que remodela, mexe estruturas e permite que a população seja contemplada com aquilo que mais necessita.
 
Cientista político