Sirvam nossas façanhas

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O governador José Ivo Sartori (PMDB) que o diga: para quem começa um período de quatro anos, façanhas não faltam: situação das finanças pública desesperadora; ensino centrado na discussão de salários e plano de carreiras de professores e funcionários; segurança pública sob controle dos bandidos, com direito a festa do pó; sistema carcerário caótico; sistema de saúde baseado em “ambulancioterapia”; infraestrutura entre as piores do País, que já é precária.
Como chegamos a todas essas façanhas? Diagnósticos e análises não faltam. A falta de recursos e incapacidade de gestão estão na base de tudo. Qual a saída? A solução está na iniciativa privada. De quatro em quatro anos, os gaúchos elegem governadores de corrente política e ideológica alternativa. Este comportamento coletivo dos eleitores gaúchos pode ser visto como reprovação e tentativa de mudança. O governador Sartori foi eleito para mudanças sob os auspícios do novo “Partido Rio Grande”.
Tem o direito de ousar e buscar novos rumos. Um dos novos rumos possíveis seria o da iniciativa privada. Na iniciativa privada, existem os recursos que faltam ao Estado e a capacidade de gestão menos presente no setor público.
O poder público deveria exercer o indelegável papel de concedente, fiscalizando, mas delegando a execução. A grande disponibilidade de recursos existente no mundo, a custos baixos na conjuntura atual, motivará empreendedores a assumir os riscos de implementar, no Rio Grande do Sul, o sistema viário de que carece, e também outros componentes de uma boa infraestrutura. Na prática, o governador Sartori tem a oportunidade de resolver os conhecidos problemas do Rio Grande se decidir pela implementação de um programa corajoso de desestatização, transferindo para a iniciativa privada alguns desses encargos que o Estado acumula, amplia e não mostra capacidade de solução. A livre iniciativa é a chave que pode abrir o tesouro de oportunidades que está por trás dos problemas e transformar o Rio Grande do Sul, criando um ambiente de otimismo e um canteiro de obras que ativará a economia gaúcha e gerará os recursos capazes de solucionar as carências das atividades precípuas de Estado.
Economista e membro do Conselho Superior da Federasul