Eleições para aprimorar a democracia nacional

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Nada melhor do que eleições para aprimorar a democracia. O pleito de 2014 para presidente, governador, senadores e deputados federais e estaduais tem tudo para ser um grande acontecimento. Serão cerca de 140 milhões de brasileiros aptos a escolher os seus dirigentes para um mandato de quatro anos e, no caso dos senadores, para oito anos. No País, são 436 mil seções eleitorais. Em centenas de cidades, os eleitores terão à disposição o novo sistema que vem sendo adotado gradativamente pela Justiça Eleitoral: o voto biométrico. Neste ponto, sem qualquer ufanismo ou patriotada, estamos bem à frente, inclusive de países da Europa e outros economicamente e financeiramente mais fortes. No entanto, como em tudo na vida, ficarão lições para o futuro democrático. Tanto as coletivas quanto as individuais e, mais ainda, aquelas que os partidos deverão aprender, discutir e tratar de repensar os modelos que estão adotando. Acusações contra adversários políticos não seduzem os eleitores. Precisa-se de propostas, planejamento, continuidade de obras e muita economia do dinheiro público. Alguns partidos perdem um pouco do charme exatamente ao contrário, ou seja, quando assumem o poder, quando deveria ocorrer o contrário. As pesquisas oscilaram contra alguns governantes, mesmo que os analistas indiquem, por exemplo, que o mau resultado na Copa do Mundo não influencie na hora de votar.
Porém, há controvérsias. A desilusão foi grande, embora não se possa misturar um resultado esportivo com a sagrada hora de escolher quem conduzirá os destinos do Estado e do País nos próximos quatro anos. A popularidade de alguns políticos tem sido algo pessoal, ainda que, ao apoiarem este ou aquele nome de candidatos consigam transferir votos. Quanto ao desleixo com as pesquisas, elas, como as cartas, não têm mentido. Não aquelas de institutos que fazem um trabalho sério e com levantamentos nas mais diferentes regiões do Estado e do País. Em todos os partidos teremos bons nomes concorrendo ao Parlamento, tanto o estadual como o federal. Há que se analisar, escolher e não ir atrás apenas de um nome em evidência, muitas vezes por conta de desvios de conduta. E escolha desse tipo tem se tornado uma rotina na vida pública nacional, lastimavelmente. Combater a corrupção deve ser a rotina dos órgãos encarregados, não programas de governo.
Insistir muito em plataformas óbvias como promessas por mais educação, saúde e segurança não resolve. Ao governador eleito ou reeleito, caberá manter as as obras em andamento com celeridade, mas sem perder a qualidade. Escolher um secretariado coeso, um vice-governador coordenador, um planejamento de metas mantido e o Rio Grande do Sul só poderá progredir. Aos que perderem, que não venha a desilusão com a política. Não houve desonra, pelo contrário.
O Planalto, o Piratini e o Parlamento serão o reflexo das pessoas que elegermos, um corte vertical das virtudes e defeitos dos gaúchos. Daí a importância de votar bem em todos os níveis. O meio mais eficaz para os derrotados continuarem na vida partidária será a busca pelo aperfeiçoamento, mais justos e virtuosos do que até então. Porém, não vamos esperar governos e legislativos perfeitos, seria um disparate.