Cartão de crédito, todos nós temos ou teremos um

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Eles vieram para ficar, não são mais um modismo. São os cartões de crédito, “o dinheiro de plástico”. Atualmente, a posse de cartões entre a população com mais de 18 anos de idade, em onze das principais capitais brasileiras, atingiu 76%, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). O inusitado, agora, é que os consumidores que compõem as classes C, D e E ampliaram sua presença no mercado de cartões e detiveram 60% dos plásticos ativos no Brasil no final do ano passado, segundo estudo do Itaú Unibanco. Em 2010, o número chegava em 50%. Já os clientes da classe A diminuíram sua participação, passando de 10% em 2010 para 3% atualmente. No caso da classe B, o percentual foi reduzido de 42% para 37%, na mesma base de comparação. Com os novos instrumentos, sobretudo contas pré-pagas, os consumidores já começam a ter experiência no mundo de cartões e têm apetite maior para produtos desta natureza, começando a se habituar a consumir – e a se endividar –  mais produtos digitais. Com o tempo, esse cliente deve migrar das contas pré-pagas para cartões. Essa migração importante deve continuar aumentando a representatividade das classes C, D e E em cartões de crédito, segundo especialistas do setor.

O gasto médio por cartão de crédito no Brasil cresceu 23% entre 2010 e 2013, passando de R$ 566,00 para R$ 699,00 mensais. Também as mulheres aumentaram sua presença nos cartões de crédito, ainda segundo estudo do Itaú. A presença do público feminino foi a 53% em 2013 ante 48% em 2010. O número de clientes de cartões de crédito pessoa física que afirmou ter usado o plástico, nos últimos dias, avançou 4 p.p. no período de referência, passando de 60% para 64%.

Não surpreende, então, que o mercado de cartões de crédito e débito deve crescer em média 17% ao ano até 2016. O maior crescimento deve vir dos plásticos de débito que devem avançar 20%. Já o aumento dos cartões de crédito deve ser de 15%. Os meios eletrônicos de pagamento já respondem por 50% do volume financeiro gasto por mês pelo brasileiro, apresentando uma evolução de participação gradativa frente aos 42% de 2011. Esse ganho foi obtido com a redução da representatividade dos demais meios de pagamento, como dinheiro, cheque, boleto bancário e carnê. A fatia de dinheiro em uso foi a que mais reduziu no período, recuando de 43% para 37%, enquanto a participação do cartão de débito subiu de 19% para 23%, ainda segundo a pesquisa.

No auge da sua popularidade, o comediante estadunidense Jerry Lewis, que fez dupla, em diversos filmes, com o também ator e cantor Dean Martin, aparecia em uma produção mostrando sua carteira com pelo menos 15 cartões de crédito. Isso lá pelos anos de 1960, quando o “dinheiro de plástico” ainda não era popular no Brasil. Isso só ocorreria pelo menos 20 anos depois. Hoje, quem não tem pelo menos um cartão de crédito? O fato é que todos nós temos ou teremos, pelo menos, um cartão de crédito, com validade até internacional, uma boa comodidade. Porém, a facilidade é de tal forma que muitas pessoas têm três ou quatro cartões no Brasil.