Paz e Progresso

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Na escola em que labuto se ensina a construir e não destruir, erguer templos às virtudes é o lema. Sou um jovem ainda, embora já nem tanto, mas sou a primeira geração do Brasil democrático. Fui forjado na boa luta, na boa causa. Eu estava na frente da prefeitura em 1984, no grande comício das Diretas Já. Em 1992, estava no Largo Glênio Peres, entre milhares de caras pintadas. Derrubamos uma ditadura e um presidente da República sem jogar uma pedra, sem quebrar uma parada de ônibus ou uma lixeira (que são de nós todos!), sem destruir um comércio (este que talvez represente a história de luta da vida de alguém - ou o emprego de outros tantos).
Celebro o fato de a cidadania indignar-se, a perspectiva de que a partir disso as pessoas tornem-se construtoras de um Brasil melhor. Também eu desejo um país melhor, com justiça social, segurança para viver em paz, menos impostos e menos burocracia, crescimento sustentável, respeito ao consumidor, retorno ao contribuinte, estímulo para empreender, saúde, planejamento familiar etc, etc, etc. Nessa perspectiva, não vejo luz nem regimes totalitários, nem em demagogias imediatistas. Também não vejo sentido em estimular ódios sociais e rancores que deem margem a tentativas de construção de experiências derrotadas pela história da humanidade, em ideologias do século XX.
Também não vejo que é só a política que deve mudar, o Judiciário deve (e muito!), nossos empresários, nosso povo, nossas corporações, nossos sindicatos, nossa sociedade, todos têm muito a melhorar. Daí que cada um deve aproveitar este momento para olhar para dentro de si e tentar encontrar formas de sair daqui melhor do que quando entramos. Para isso servem as crises! Espero, enfim e com fé, que dessa indignação nasça a luz que ilumine as consciências de cada brasileiro. Lembro por fim que o dedo que tecla a urna é mais poderoso que a mão que joga a pedra, e a cabeça que pensa é mais forte que a boca que grita! A luta continua!
Vereador e presidente do PMDB Porto Alegre