Submarinos nucleares, urgência e emergência

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No final do ano passado, o almirante Luis Humberto de Mendonça, chefe do estado-maior da Armada, em audiência pública na Comissão de Defesa e Relações Exteriores do Senado, vaticinou um prazo a perder de vista para a Marinha do Brasil se capacitar a garantir as formidáveis reservas de petróleo do pré-sal, a bacia do rio Amazonas e os 7.941 km do litoral brasileiro. É por demais preocupante! Sem falar nos paliativos, mas enfatizando apenas aquilo que pode fazer a diferença, seriam necessários seis submarinos nucleares para se pensar em cumprir aquela missão, belonaves que só estariam em condições de emprego em 2030. Que grande piada! E se os grandes predadores militares resolverem, de repente, mostrar as unhas no entorno dos lençóis pré-sálicos brasileiros? O País tem que se capacitar o quanto antes para enfrentar este tipo de ameaça. Se pensarmos em gastos, vamos ver que temos dinheiro sobrando para, sem abrirmos mão da construção de um protótipo com transferência de tecnologia em parceria com a França, adquirirmos no mais curto prazo naquele país cinco submergíveis atômicos da classe “suffren” pela bagatela de R$ 32,5 bilhões, nada mais nada menos do que R$ 6,5 bilhões por unidade.
Os governantes serão os primeiros a entoar aquela toada cretina de que não há dinheiro. Acontece que temos muito e de sobra: só o “Impostômetro”, aquele painel que alerta o cidadão do quanto estão desvalorizando o seu salário mensal, acusa total que já ultrapassa a casa dos R$ 4 trilhões. E reservas de US$ 352,012 bilhões. Já os “especialistas de sapato alto metidos a donos da verdade” vão dizer: “armamento/equipamento nuclear não se vende”. Acontece que isto não é bem assim, existem precedentes. Além disso, se o preço da unidade foi especificado é por alguma razão.
Coronel de Infantaria e Estado-Maior