Coração celeste

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Passando uns dias no Uruguai, percebi que o fenômeno do amor dos uruguaios por sua seleção segue muito forte. Dia 11 de novembro houve jogo das eliminatórias da Copa do Mundo, Uruguai contra Chile. A Celeste uruguaia venceu por quatro a zero, todos gols do artilheiro Suárez. No mesmo dia, como resposta do torcedor, uma comoção que não se vê aqui no Brasil. Na capital Montevidéu, automóveis com bandeirinhas do país, pessoas comprando e vestindo camisetas da seleção. Parecia final de Copa do Mundo. No dia 15 de novembro foi a vez do amistoso contra a Itália, e novamente a seleção uruguaia venceu, agora com um único gol de Papelito Fernández, que substituía o craque Suárez que, assim como Forlan, outro jogador essencial, estava ausente. Elogios da imprensa europeia e, no Uruguai, nova comoção do torcedor. Por outro lado, assistimos ao Brasil com a vaga garantida, fazer amistosos com equipes sem tradição e pouco desafio. Sem contar que o nosso desempenho quase protocolar ainda não convenceu o torcedor brasileiro. Mas, aqui no Uruguai, o que se vê é uma seleção que está se articulando, com jogadores bons e garra imensa, necessária no futebol, afinal, quanto mais se tenta o gol e se aprimora o passe, a possibilidade é bem maior de fazê-lo. Creio que são grandes as chances de uma Celeste fortalecida e de espetáculo na Copa do Mundo do Brasil, até mesmo de um novo Maracanazo, quando perdemos o título para eles na final de 1950. Coração Celeste é a garra charrua, a certeza de que a seleção é a melhor, e acaba sendo muito boa mesmo, em talentos que convergem ao grande futebol, aquele feito com a alma do país, com orgulho de pertencê-lo. O resultado se contempla desde agora.
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