Para muito além da Copa do Mundo

Por

 A Copa do Mundo virou fetiche para alguns. Para outros, um fantasma. Digo que será um tormento para algumas autoridades. Nem fetiche nem fantasma resolvem os dilemas que ela já nos impôs e outros que virá a impor. Mas quanto aos tormentos, bem, isto é com as autoridades. A Copa não admite adoradores, mas gestores capazes. Odeia pirotecnia, agrada-lhe a ação concreta. Como também nem mete medo nem assombra ninguém competente, mas, pode escrever, vai dar sustos nos incompetentes. E aí virá o tormento. Nas obras da Arena, que parecem estar caminhando bem, já tivemos duas greves. Foi preciso ação rápida dos empreendedores e negociação sindical para estancar o problema. No Inter, há problemas com a empresa que vai tocar a obra. Mas nada que não se recupere no tempo. Isto se não houver outros tropeços. Já no setor público, parece que ali as coisas não vão tão bem assim. Nada parece avançar nas obras de ampliação de ruas. Algo quase invisível foi feito na Beira-Rio. E o resto? Sem notícias. Pelo menos não públicas.
Mas a Copa não se resume apenas na execução de algumas obras. Tudo o que venha a ser feito tem que ficar para o bem-estar dos nossos moradores, para muito além dos jogos mundiais. Por isso, obras de infraestrutura, novas vias, preparação de mão obra, algo mais do que precário nos dias de hoje, tudo tem que ficar para o futuro. Será que já não seria hora de treinar os nossos taxistas? E o que dizer dos demais serviços? Quando isto vai começar de fato? Iniciada a Copa, não haverá “o jeitinho brasileiro” para aquilo que não foi planejado e pensado. Além da qualidade dos serviços, como vamos encantar turistas em inglês, espanhol, italiano, francês e mandarim? Parece que ainda pensamos como na República do Piratini, onde o gauchês era a língua oficial. Não só de futebol vive o Brasil, nem só de futebol vai se fazer uma Copa do Mundo.
Vereador/PT