Os médicos uruguaios

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Paira no ar a indagação sobre o descuido de assistência médica aos doentes empilhados nos corredores dos hospitais nas cidades do Rio Grande do Sul e do Brasil, igualmente. Na verdade, é lamentável esse fato pela incúria dos governos e das instituições responsáveis no cuidado dos enfermos que gritam por socorro sem serem atendidos no devido tempo. A morte é causada pela falta de médicos nesses hospitais improvisados que se empenham com os parcos recursos existentes, pouco podendo fazer para minorar o sofrimento das famílias desassistidas. Na verdade, dói no coração das pessoas se ouvir sussurros e os lamentos de doentes esparramados em camas improvisadas, sem a mínima assistência para minorar os seus sofrimentos e a dor que dilacera seus corações; são gente que geme e suspira de ansiedade; ali está o choro dos doentes e não há quem os console para diminuir e aliviar seus sofrimentos, visto que são poucos médicos para cuidá-los. Não obstante, chega-nos esta boa notícia de que os médicos uruguaios, por decisão judicial, estão sendo contratados para dar atendimento aos doentes em hospitais com excessiva lotação de pessoas em várias cidades do Rio Grande do Sul. Certamente as prefeituras optaram por contratar profissionais estrangeiros para suprir a falta de médicos brasileiros interessados nas vagas no Interior. Nada mais justo esta decisão que poderá diminuir o risco de morte de centenas de brasileiros doentes nos corredores de hospitais. Mormente, quando tudo nos parece impossível pelo desinteresse das autoridades da saúde para socorrê-los com a maior brevidade possível. Ora, o Conselho Regional de Medicina e o Sindicato dos Médicos deveriam olhar este quadro com profundo senso de proteção aos doentes aflitos, principalmente, em cidades da Fronteira-Oeste e do Extremo Sul do Estado, onde a assistência médica é uma obrigação permanente, sem protelação de atendimento. Esse acordo binacional desde 2004 autorizando uruguaios a trabalharem nas cidades brasileiras, ainda que sejam profissionais sob suspeita pela validade de seus diplomas, não os invalida de serem médicos bons e prestativos em suas atividades.
Jornalista