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China ignora o mundo e mantém yuan desvalorizado
Com mais de 1,35 bilhão de habitantes e a caminho de se tornar a primeira economia mundial até 2020, a China continua com seu centralismo político e uma economia onde o que interessa é copiar, fabricar e exportar por preços abaixo dos competidores. Isso tem sido uma obsessão e que deu excelentes resultados. De nada adiantaram as pressões dos Estados Unidos e de outros países ocidentais ou da Ásia, como o Japão, os chineses mantêm o yuan fraco. Com um governo rígido e uma economia que não é de mercado - embora reconhecida como tal pelo Brasil e que nada obteve em troca - a China mantém a sua moeda desvalorizada artificialmente, o que distorce todo o comércio mundial, prejudicando o nosso País sobremaneira. Isso foi reconhecido por Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, após participar de mais uma reunião em fórum internacional sobre o assunto. Ora, o Brasil adotou o câmbio flutuante. Nele, é o mercado que dá a cotação de uma determinada moeda tendo em vista a situação econômica da nação. Assim, muitos buscam sempre a melhor maneira para manter o seu país em uma posição confortável, ou ir à busca da estabilização.
Desde 1999, o Brasil tem câmbio flutuante. Em Nova Iorque, Guido Mantega disse que a guerra cambial prejudicará todos os países. O Brasil tem cedido demais no comércio internacional e, dessa forma, de maneira lenta mas irreversível no curto prazo, estamos exportando bem apenas as agrocommodities e importando mais e mais produtos industrializados, com alto valor agregado, perdendo mercados tradicionais e vendo barreiras sendo impostas aos nossos produtos, incluindo carne bovina e de frango, sob as alegações mais prosaicas possíveis. Ou com regras fitossanitárias feitas de encomenda. Como bem disse Henrique Meirelles, o mundo hoje é essencialmente vendedor, com todos querendo exportar e poucos ou quase ninguém querendo importar. A crise dos Estados Unidos (EUA) de 2008 chegou mesmo na União Europeia (UE) somente agora, gerando desemprego em massa e obrigando a reforma nos serviços públicos e nas aposentadorias e a um corte drástico nos gastos dos governos. Não que a desgraça alheia sirva de consolo, mas o Brasil e o Estado devem planejar e criar fundos de aposentadorias. Cada ano perdido será cobrado, com muitos juros e correção monetária, dos nossos filhos e netos, pois não haverá recursos, mantido o modelo atual, nem nos governos nem na iniciativa privada. Planejar para os próximos 20, 40 ou mesmo 50 anos é fundamental. O mundo mudou, o conhecimento humano está trocando as profissões importantes para as mais técnicas e especializadas, apenas graduação superior não basta mais e, por incrível que pareça, agora se olha com desconfiança para mestrados, doutorados e pós-doutorados com medo de que essa pessoa, com muita teoria e pouca prática, consiga preencher postos de trabalho requisitados. É preciso planejar e muito com políticas de Estado que sirvam de maneira suprapartidária. Ou amadurecemos ou continuaremos e reboque dos humores econômicos, financeiros e políticos dos países industrializados. A China está cuidando muito dos seus interesses, com ou sem Prêmio Nobel.