Números cabalísticos abençoam a economia

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Os números das finanças estaduais e federais são cabalisticamente fortes. Cabalístico é relativo à cabala dos hebreus, às artes ocultas ou à magia. Mas não houve nem ocultismo nem magia nos resultados, e sim trabalho. A União amealhou superávit de R$ 25,5 bilhões até abril. Aqui, nos cinco primeiros meses de 2010, a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) está R$ 350 milhões acima da projeção da Fazenda. Na Capital, também houve aumento das receitas nos tributos diretos da prefeitura. No dia 25 de maio, na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), ocorreu a entrega do Prêmio Destaques do Jornal do Comércio. Eram festejados os 77 anos de circulação ininterrupta do Jornal do Comércio e o Dia da Indústria, uma promoção conjunta. Após o presidente Mércio Tumelero iniciar a sua saudação aos premiados e lembrar que a governadora, por compromisso em Brasília, não estava presente, houve a entrada de Yeda Crusius, muito aplaudida.

De fato, ela, horas antes, acertara parceria com o Banco Mundial (Bird, na sigla em inglês) para a doação de US$ 5 milhões do Fundo Global para o Meio Ambiente ao projeto de preservação da biodiversidade gaúcha, o RS Biodiversidade. O projeto busca conservar o Bioma Pampa e terá contrapartidas de US$ 6,1 milhões por parte do governo. Após, deslocou-se de avião e chegou às 13h40min na sede da Fiergs, a tempo de encerrar a solenidade. Porém, além disso, a governadora, saindo do discurso tradicional, lembrou sobre o número 7 e sua visão mística. De acordo com Abrahão, o Patriarca, existem sete portais para a alma. Os olhos podem ser as janelas da alma, mas há sete portais no total e que são dois olhos, dois ouvidos, duas fossas nasais e a boca.

A governadora lembrou que estava chegando para uma festa de 77 anos, dois números 7 e que sete eram as virtudes do Espírito Santo. Sabe-se que, assim como há sete defeitos que o Senhor detesta, há também sete virtudes que o Senhor aprecia. O Espírito Santo nos ensina a ter fé, virtude, ciência, o domínio próprio, a perseverança, a piedade, a fraternidade e o amor. Pois o Rio Grande do Sul e o Brasil precisam de muita fé para acreditar que trabalhando conseguirão ter melhores dias. Virtude para saber o que deve ser feito na administração pública estadual e na federal. Ciência para se adonarem de mais conhecimento e, gradualmente, importarmos cada vez menos. Domínio próprio para que se planeje e se cumpra os investimentos em infraestrutura de que tanto precisamos. Perseverança para que mesmo nos momentos de tribulação não nos tome a tentação de deixar para depois o que deve ser feito. Finalmente, a piedade, a fraternidade e o amor para que, nesse contexto social e, muito mais, familiar, possamos criar novas gerações com amor ao trabalho, à disciplina, apoiar os que tenham necessidades e abrir postos de trabalho para que todos tenham dignidade.

Então, se em todos nós abun­da­rem estas coi­sas, elas não nos dei­xa­rão ociosos nem infrutíferos. Finalmente, que os administradores de Porto Alegre, do Rio Grande e do Brasil tenham a temperança. Ela é marcada pelo autodomínio, moderação e a sobriedade. Ser temperado é dominar a inclinação para os excessos. Tudo o que é demais faz mal, mas se for a menos também pode ser prejudicial.