Pesquisa é qualidade, não quantidade
Medir a opinião de um reduzido, mas qualificado, número de pessoas, interpretar os dados com precisão e apontar um resultado que mais se aproxime da realidade das urnas é a árdua missão dos institutos de pesquisa em ano eleitoral. Mesmo que, na imensa maioria das vezes, a pesquisa não interfira na decisão do eleitor, ele acaba transformando-a em um componente do cenário eleitoral. Os eleitores comparam as pesquisas e têm interesse em saber o que cada uma delas revela. A prova está no fato de que jornais vendem muito mais exemplares quando trazem em suas páginas o que o povo está pensando. E cometer um erro é ser visto com incredulidade em novos levantamentos. Realizar uma pesquisa não é tarefa fácil. Ainda mais porque esbarra na desconfiança da população, que, muitas vezes, coloca o resultado em dúvida por nunca ter sido consultada ou conhecer alguém que tenha respondido às questões dos pesquisadores. Mas o que essas pessoas não sabem é que há aproximadamente 115 milhões de brasileiros aptos a votar, e uma pesquisa tem, em geral, um tamanho de amostra de duas mil pessoas. Isto significa que apenas uma em 57 mil será incluída em qualquer pesquisa.
Socióloga e diretora do Instituto Mehodus