Os governos e as redes sociais

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Não é de hoje que as redes sociais vêm se tornando um dos principais meios de comunicação e de relacionamento para milhões de pessoas em todo o mundo. Só nos Estados Unidos, na primeira semana de 2010, o número de usuários do Facebook já tinha ultrapassado os 100 milhões. Desta parcela, 40% têm menos de 25 anos. É a geração Y trazendo irreversíveis mudanças no modo como as pessoas se relacionam.
No Brasil, em setembro de 2009, o número de usuários do Facebook já havia ultrapassado os 5 milhões. Um número pouco expressivo se comparado ao total de usuários do Orkut, que, no mesmo mês, era de 26 milhões. O Twitter, na época, contabilizava 9,2 milhões. Ou seja, uma parcela muito relevante da população utiliza as redes sociais para se informar, emitir opiniões e influenciar. É impossível falar em atitudes de comunicação inovadoras hoje, tanto nas empresas quanto nos governos, sem considerar essas alternativas como uma premissa.
Adequada a frase do pioneiro Roberto Agune, cuja experiência de implantação das redes sociais em São Paulo lhe chancela ter cunhado a seguinte afirmação: “A sociedade já decidiu participar das redes sociais e se relacionar por meio delas, e os governos devem estar onde a sociedade está”.
No Rio Grande do Sul, a Procergs – Centro de Soluções em Governo Eletrônico – atua como indutora desta nova forma de comunicação junto aos órgãos da Administração Pública Estadual. A Secretaria de Justiça e Desenvolvimento Social, por exemplo, conta, desde 2009, com dois blogues para estreitar o relacionamento com a sociedade. A Polícia Civil, vinculada à Secretaria da Segurança, lançou uma nova versão da Delegacia On-Line, que permite ao cidadão registrar ocorrências de furto, roubo e perdas a partir da internet.
Só que existe uma compreensível preocupação dos gestores com a segurança. O medo de abrir novos pontos de vulnerabilidade nas redes tem sido um argumento preponderante para que os governos ainda estejam engatinhando nessas ferramentas. É um temor a ser enfrentado. Não se pode esquecer que, em breve, os representantes da geração Y ocuparão posições relevantes no mercado e tratarão essas questões como pressupostos.
As entidades estaduais de Tecnologia da Informação e Comunicação têm a oportunidade única de serem protagonistas desta inovação. Se esse direcionamento ocorrer de forma concomitante, poderá levar ao crescimento conjunto. Esforço decisivo para os novos avanços que o futuro exige cada vez mais rapidamente.

Diretor-presidente da Procergs e vice-presidente de Tecnologia da Associação Brasileira

das Entidades Estaduais de Tecnologia da Informação e Comunicação