Em 2024, saíram de Garibaldi 4,53 milhões de litros de espumantes engarrafados. É o município líder nessa produção no Brasil, e que responde por 20% de toda a produção vinícola do Estado no ano passado. O espumante mais vendido no mercado brasileiro é de Bento Gonçalves, da Salton, segundo a Abras. No entanto, a Garibaldi e a Chandon figuram entre as 5 marcas mais consumidas no País.
É em busca do reconhecimento aos processos produtivos do espumante no município que foi criada recentemente a Associação dos Produtores de Espumantes de Garibaldi. Entre os objetivos do grupo está a busca do certificado de origem.
"O espumante brasileiro nasceu aqui. O terroir da Serra é reconhecido como adequado para as uvas que resultam em espumantes de alta qualidade. Mas o espumante não é necessariamente um vinho de terroir, é um vinho de processo, e é isso que queremos certificar. As uvas para essa produção vêm, inclusive, de outras regiões do Estado, mas em Garibaldi dominamos desde o método tradicional ao método charmat e novas técnicas. O saber fazer é que torna o nosso produto diferenciado", explica o presidente da associação, Ricardo Morari.
Segundo ele, os diferenciais do espumante de Garibaldi reúnem acidez, frescor e elegância. E o papel da associação, além da busca pela certificação, é o de garantir o avanço técnico entre os fabricantes da região mesmo diante dos desafios para a produção futura.
"As mudanças climáticas estão presentes em todos os debates técnicos da produção de uvas. A condição que temos encontrado nos vinhedos é muito diferente do passado. Isso nos preocupa, mas ao mesmo tempo, abre caminho para novas variedades e técnicas de cultivo, com o estabelecimento do melhor período para a colheita", detalha o especialista.
Segundo ele, é fundamental controlar a maturação da uva em um cenário de maior variação térmica e de fenômenos como grandes volumes de chuva mais frequentes na Serra.