O Marco Legal do Saneamento Básico prevê que todos os municípios universalizem os seus serviços de atendimento de água potável, coleta e tratamento de esgotos até 2033. Na Região Metropolitana, a cobertura dos sistemas é desigual ao comparar cada uma das cidades. Em Porto Alegre, o serviço está aquém do esperado e o Departamento Municipal de Águas e Esgotos (Dmae) precisará batalhar para chegar às metas. Na Capital, embora a oferta de água atinja 99% da população, apenas 57,7% do esgoto gerado é coletado, e só 42,7% é tratado.
Viamão é a pior em relação à coleta de esgoto entre as cidades metropolitanas, coletando apenas 17,1% do esgoto da cidade e tratando 14% do total. Dos municípios metropolitanos, outros dois possuem taxa de coleta inferior aos 50%: Guaíba (36,8%) e Eldorado do Sul (39,7%). Por outro lado, há cidades com mais de 90% do esgoto coletado, como Glorinha e Cachoeirinha. Do ponto de vista do abastecimento d'água, nenhum município possui índice inferior a 50%.
A Aegea/Corsan afirma que as obras estão andando e que é possível vislumbrar um futuro de universalização do saneamento básico no RS. "Temos cerca de 50 frentes de obra de esgotamento sanitário ao mesmo tempo, e a expectativa é dobrar em 2026. Lembrando que o Estado tinha menos de 20% de cobertura há dois anos. Hoje temos 28%, ou seja, um crescimento de 40%", diz a gerente de Relações Institucionais da Aegea/Corsan, Cíntia Kovaski. Os índices preocupam no Vale do Sinos. Em Novo Hamburgo, sob responsabilidade de um departamento vinculado ao Executivo, nem 10% do esgoto é coletado ou tratado, com a rede municipal atendendo 6,7% da população. Já em São Leopoldo, também com serviço da prefeitura, embora 80% seja coletado, apenas 19,9% do que é gerado em esgoto é tratado.
Estância Velha, com seus quase 50 mil residentes, não atinge 1% na coleta do material gerado. Campo Bom não coleta 99,8% do esgoto, mas abastece a totalidade dos habitantes d'água. As duas são atendidas pela Aegea/Corsan.
O acesso à água potável é um problema nas pequenas cidades do Vale do Sinos. Três dos 14 municípios dessa porção do território gaúcho ofertavam, em 2023, o serviço a menos da metade da sua população: Araricá (11,6%), Portão (39,9%) e Nova Hartz (17,5%). Entretanto, os dados atualizados da Corsan/Aegea representam uma evolução, com Portão tendo chegado aos 92,78% e Nova Hartz aos 32,95%.
Canoas avança em direção ao Marco Legal. Enquanto 100% da população possui água potável, 89,7% tem acesso à coleta de esgoto. O tratamento ainda está em 44,3%.