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Publicada em 17 de Novembro de 2025 às 00:25

Capacidade de formar talentos coloca a região na vitrine para o ciclo inovador do RS

O ITT Chip é um dos cinco institutos tecnológicos formados dentro do Tecnosinos

O ITT Chip é um dos cinco institutos tecnológicos formados dentro do Tecnosinos

ITT Chip/Divulgação/JC
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
Na busca por investimentos industriais relacionados à alta tecnologia, os parques tecnológicos da Região Metropolitana ocupam papel de destaque na vitrine apresentada pelo Rio Grande do Sul ao restante do Brasil e ao mundo. Entre os principais alvos dessa estratégia por novos negócios está a atração da cadeia produtiva do setor de semicondutores.
Na busca por investimentos industriais relacionados à alta tecnologia, os parques tecnológicos da Região Metropolitana ocupam papel de destaque na vitrine apresentada pelo Rio Grande do Sul ao restante do Brasil e ao mundo. Entre os principais alvos dessa estratégia por novos negócios está a atração da cadeia produtiva do setor de semicondutores.
"Essa indústria sempre segue a mão de obra de qualidade, e nesse aspecto, as nossas universidades têm papel fundamental. A nossa região é privilegiada para formar excelentes profissionais em todas as áreas dessa cadeia. Desde o projeto, até o encapsulamento e a produção dos wafers (chips). Temos a UFRGS, que foi pioneira, a PUCRS e a Unisinos, com o impulso ainda no começo dos anos 2000, com a instalação da planta da HT Micron, especializada em encapsulamento. E ainda outras universidades no Estado, como a Unipampa ou a UFSM", explica o pesquisador sênior do Instituto Tecnológico de Semicondutores (ITT Chip), da Unisinos, Celso Peter.
Tamanho avanço, garante um trunfo à região para as empresas do setor, como Peter garante: "Em seis meses, com o que temos desenvolvido em termos de profissionais no ecossistema das nossas universidades, podemos deixar uma equipe pronta para tocar uma indústria de semicondutores".
O ITT Chip é um dos cinco institutos tecnológicos formados dentro do Tecnosinos, em São Leopoldo, no Vale do Sinos. Já foram formados mais de 30 mestres e, agora, estão estão finalizando as formações de 30 novos engenheiros de encapsulamento. A rota da formação de pessoas foi seguida por regiões como o Vale do Silício, o Arizona ou o Texas, nos Estados Unidos. Ou ainda, nos países do Sudeste Asiático, como Coréia do Sul, Vietnã e Malásia.
O resultado, na Malásia, por exemplo, como aponta o presidente do Invest RS, Rafael Prikladnicki, é um ecossistema com três mil empresas do setor em uma mesma região do país. E este é o passo que o Rio Grande do Sul começa a trilhar a partir da Região Metropolitana.
"O ITT Chip nasceu para dar suporte às empresas, damos suporte ao desenvolvimento de produtos de empresas já atuantes e também somos o local de início para novas empresas sob a forma de startups. Formamos os profissionais e temos, aqui dentro, uma troca permanente com profissionais já vinculados às empresas parceiras", diz Peter.
Atualmente, são dez empresas atuando dentro do instituto. Entre elas, a HT Micron Semicondutores, que é resultado de uma parceria tecnológica entre o Brasil e a Coréia do Sul, e há dois anos investiu R$ 105 milhões na expansão da sua unidade de 10 mil metros quadrados dentro do Tecnosinos para a produção de chips para smartphones e tablets. O design center da empresa fica dentro do ITT Chip. E dali já saíram três projetos prontos de chips para a internet das coisas (IoT).
A Chipus, que neste ano anunciou investimento de R$ 250 milhões para em até cinco anos implementar um centro de design de chips em Porto Alegre, também já desenvolveu pelo menos três produtos no ITT Chip.
"O Rio Grande do Sul é hoje o Estado que tem as melhores condições de encampar um projeto desse porte", garantiu, ao anunciar o projeto em junho deste ano, o CEO da Chipus, Murilo Pessatti.
No Tecnopuc, em Porto Alegre, como descreve a gestora do parque tecnológico, Flávia Fiorin, desde o momento em que entra na graduação, os estudantes da universidade começam a conviver com essa realidade do desenvolvimento tecnológico. A estimativa é de que até 6,5 mil pessoas convivam diretamente no Tecnopuc. Há um total de 330 empresas no parque tecnológico.
"Especialmente no setor de semicondutores, são ecossistemas e empresas que vivem em uma realidade global. O parque tecnológico é quase que só um hub, um ponto de encontro e troca de experiências, este já é o presente do mundo do trabalho, com pessoas que atuam de maneira híbrida e hiperconectada com realidades culturais de diversos lugares do mundo, que interagem para o desenvolvimento de produtos. Nós fazemos questão de apresentar ao estudante, desde a graduação, essa realidade. Tanto para estimular o futuro empreendedor quanto para possibilitar boas oportunidades em grandes empresas globais", explica Flávia.
O Tecnopuc abriga duas empresas especializadas em semicondutores, a norte-americana Impinj, e a inglesa EnSilica. Ambas atuam na área de projetos e design de circuitos eletrônicos.
"Foram empresas que escolheram o Estado pela infraestrutura que temos aqui, especialmente proporcionada pela integração entre os diversos parques tecnológicos da região, que formam uma cadeia. O nosso objetivo é garantirmos aqui na região um ecossistema único e com interação permanente entre todos os atores dessa cadeia", aponta.

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