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Publicada em 17 de Novembro de 2025 às 00:25

Indústria da saúde quer reencontrar a pesquisa científica

 Thômaz Nunnenkamp presidente do Sindifar, quer fortalecer importância da indústria farnacêutica do RS

Thômaz Nunnenkamp presidente do Sindifar, quer fortalecer importância da indústria farnacêutica do RS

TÂNIA MEINERZ/JC
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
Reconhecido neste ano pela Intell.at como o melhor hospital público da América Latina, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) é um dos núcleos de desenvolvimento de conhecimento e novas tecnologias aplicadas à saúde na Região Metropolitana. Em cada polo tecnológico da região o hub de saúde já tem papel de destaque e, com inauguração prevista para março de 2026, o será oficializado o HCPATec, um parque tecnológico. Dentro do ambiente universitário da UFRGS, o novo parque será espaço para empresas e startups desenvolverem, validarem e escalarem soluções em um ambiente real de cuidado à saúde, diretamente conectado ao SUS e a milhares de pacientes e profissionais.
Reconhecido neste ano pela Intell.at como o melhor hospital público da América Latina, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) é um dos núcleos de desenvolvimento de conhecimento e novas tecnologias aplicadas à saúde na Região Metropolitana. Em cada polo tecnológico da região o hub de saúde já tem papel de destaque e, com inauguração prevista para março de 2026, o será oficializado o HCPATec, um parque tecnológico. Dentro do ambiente universitário da UFRGS, o novo parque será espaço para empresas e startups desenvolverem, validarem e escalarem soluções em um ambiente real de cuidado à saúde, diretamente conectado ao SUS e a milhares de pacientes e profissionais.
A excelência da macrorregião nos serviços de saúde é reconhecida nacionalmente, e somente neste ano, pelo menos seis projetos para novos hospitais ou ampliação de existentes foram anunciados ou estão em execução. No entanto, em outro ramo das ciências da saúde, a indústria farmacêutica, tradicional especialmente entre Porto Alegre e Canoas, ressente-se da uma reaproximação com o meio acadêmico para retomar o papel de vanguarda no País.
"Hoje temos um papel complementar na indústria farmacêutica brasileira. A produção gaúcha não passa de 2% do mercado. Ao mesmo tempo em que avançamos muito nos serviços de saúde, houve um afastamento entre a indústria e a academia, mas temos um potencial enorme pelos hospitais e faculdades que temos na região. Temos todas as condições de retomar o papel importante que o setor já teve no Brasil", diz o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos RS (Sindifar), Thomaz Nunnenkamp.
A Faculdade de Farmácia foi o embrião da UFRGS e, na década de 1920, quando foi fundado o Laboratório Gayer, a ideia era de que ele se tornasse uma referência pública no desenvolvimento de medicamentos, como o Butantã, em São Paulo. O próprio sindicato do setor foi criado há 80 anos quando, como afirma Nunnenkamp, os estudantes e profissionais vinculados à universidade estavam, literalmente, dentro dos laboratórios industriais.
A maior concentração de indústrias do setor está justamente entre o Quarto Distrito e Canoas, regiões fortemente atingidas pela inundação do ano passado. De acordo com Nunnenkamp, a estimativa é de perdas entre 30% e 50% entre as empresas. Foi o caso do Laboratório Saúde, do qual Nunnenkamp é o responsável. Instalada ao lado da ponte antiga do Guaíba, só foi possível retomar a produção gradativa no final de junho do ano passado, no entanto, a retomada de toda a produção só foi possível em fevereiro deste ano.
O sindicato passa por um período de transição, justamente para aproveitar o ecossistema em saúde que se criou na região nos últimos anos. Passará a se chamar Sindicato das Empresas do Complexo Industrial da Saúde RS (Sindicis). Um conglomerado que hoje conta com 18 empresas associadas, mas com um horizonte de novos investimentos e oportunidades promissoras.
Em Viamão, por exemplo, onde o governo do Estado anunciou neste ano o plano de construir um novo hospital público regional, devem iniciar as operações até 2026 a MIC Steriliza, empresa especializada na esterilização de equipamentos hospitalares, no Distrito Industrial do município, e a JP Farma, com estrutura preparada para produzir até cinco milhões de bolsas de soro por mês, aguarda a liberação pela Anvisa para iniciar a produção na área onde antes operava a Texon, também do ramo farmacêutico.
Já em Guaíba, onde o grupo privado Círculo Saúde, da Serra, pretende erguer um novo hospital, avança o plano de criar um hub de farmacêutico e de suprimentos à saúde. De acordo com o prefeito Marcelo Maranata, uma área de 600 hectares e direção a Barra do Ribeiro é reservada para ganhar o caráter e uma "zona franca" para laboratórios, fábricas, pesquisa e centro tecnológico em saúde.
"Já recebemos visitas de potenciais investidores árabes e indianos. É uma ideia que está evoluindo muito bem, e logo devemos ter novidades", garante o prefeito.

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