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Publicada em 17 de Novembro de 2025 às 00:25

Dois portos para colocar o Litoral na rota logística do brasil

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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
Uma distância de apenas cinco quilômetros deve separar, à beira do mar, o Porto Meridional do Porto Litoral Norte - duas estruturas portuárias privadas gigantes -, com potencial para transformar Arroio do Sal, município de apenas 11 mil habitantes, segundo o último Censo, no Litoral, em uma referência logística nacional, inclusive com o diferencial ferroviário com a capacidade de suprir uma imensa lacuna reclamada por praticamente todos os setores produtivos do Rio Grande do Sul.
Uma distância de apenas cinco quilômetros deve separar, à beira do mar, o Porto Meridional do Porto Litoral Norte - duas estruturas portuárias privadas gigantes -, com potencial para transformar Arroio do Sal, município de apenas 11 mil habitantes, segundo o último Censo, no Litoral, em uma referência logística nacional, inclusive com o diferencial ferroviário com a capacidade de suprir uma imensa lacuna reclamada por praticamente todos os setores produtivos do Rio Grande do Sul.
"Somos o maior município do Litoral em extensão territorial, temos áreas estratégicas para esses empreendimentos, que vão transformar não apenas o nosso município, mas toda a região do Litoral", explica o prefeito de Arroio do Sal, Luciano Pinto.
A futura região portuária terá ligação estratégica com a BR-101, formando um eixo logístico fundamental para a região.
Enquanto os projetos para dois portos avançam, com a perspectiva de investimentos, somente nas estruturas dos terminais que passam dos R$ 10 bilhões - 83 vezes maior do que o orçamento municipal deste ano - nos processos de legalização e elaboração de projetos, no município, o terreno começa a ser preparado, com a atualização do Plano Diretor.
"Nós sabemos que há uma tendência de crescimento muito grande com os portos, e a nossa intenção é garantir que esse crescimento seja ordenado, inclusive com medidas compensatórias por parte dos empreendedores. Uma das condições é que não teremos, por exemplo, caminhões circulando por dentro da cidade. O futuro plano diretor vai estabelecer a área, com distritos industrial e logístico, toda ao norte da cidade, fora da zona mais urbana. Temos muitas preocupações ambientais, e cada projeto precisará passar por muita análise", diz o prefeito.
O primeiro terminal projetado é o Porto Meridional, liderado pela DTA Engenharia, que se encontra em fase de análise do EIA-Rima pelo Ibama para que, conforme o planejamento da empresa, inicie ainda neste ano os processos de licenciamento e os primeiros sinais de obras em 2026. Pelo projeto, o Terminal de Uso Privado (TUP) terá capacidade para movimentar 53 milhões de toneladas por ano e um total de R$ 6,5 bilhões em investimentos.
Já o segundo projeto, mais ousado, apresentado pela Doha Investimentos e Participações, ja autorizado pela Antaq e aguardando o aval do Ministério de Portos e Aeroportos, prevê um terminal offshore em formato de L, que se estenderá por 2,8 quilômetros na costa, com capacidade de movimentação de 43,9 milhões de toneladas por ano e um calado de 30 metros, capaz de receber os maiores navios do mundo. O investimento direto na estrutura portuária é semelhante ao primeiro projeto, de R$ 5 bilhões. Há, no entanto, a previsão de outros R$ 50 bilhões para a implementação de uma ferrovia, que já tem o aval da ANTT, estendendo-se de Arroio do Sal em direção à Região Metropolitana, Santa Maria, Chapecó, em Santa Catarina, Cascavel, no Paraná, e Terra Roxa, no limite entre o Paraná, Mato Grosso do Sul e o Paraguai.
"Estamos estudando, em conjunto com outros municípios do Litoral, a estruturação de um posto aduaneiro na região, porque seremos uma ponta do corredor bioceânico por ferrovias. Será estratégico para toda a logística do Estado", aponta Luciano Pinto.
No começo de novembro, o prefeito embarca para o Chile, e também já recebeu representantes governamentais do país que é estratégico na outra ponta deste corredor bioceânico.
Somente com as operações portuárias e industriais relacionadas à movimentação de cargas, a estimativa é de que a população local possa dobrar. Algo que, mesmo ainda não aferido pelo Censo, os municípios do Litoral já vivenciam, especialmente após a pandemia e a inundação de 2024.
"Oficialmente, temos 11 mil habitantes, mas já emitimos, por exemplo, 25 mil cartões SUS. E, durante a temporada de verão, chegamos a 120 mil pessoas por aqui. O crescimento populacional não chega a nos assustar, mas é claro que exigirá mais planejamento e infraestrutura", aponta o prefeito.
O setor imobiliário relata que terrenos em Arroio do Sal já têm um salto na valorização, O hectare teria saltado de R$ 40 mil para R$ 200 mil. E toda a semana, conta o prefeito, há visitas ou ligações de interessados em investir em novos loteamentos na nossa cidade.

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