A diretora do Sesi, Senai e IEL-RS, Susana Kakuta, foi uma das painelistas do último evento de 2025 do Mapa Econômico do RS, realizado nesta quinta-feira, 6 de novembro no Centro de Convenções da Fiergs. Na ocasião, foram discutidas as Regiões Metropolitana, Vale do Sinos e Litoral Norte. Susana, nesse cenário, destacou a educação e a inovação como grandes oportunidades de desenvolvimento do Estado, especialmente no que tange ao setor industrial.
"Nós somos 52 mil indústrias do estado do Rio Grande do Sul, empregamos cerca de 850 mil trabalhadores de forma direta e, essa indústria do estado do Rio Grande do Sul, que é diversificada setorialmente e que é uma exportadora reconhecida, é formada predominantemente por pequenas indústrias. E um desafio estratégico da nossa gestão (do Sistema Fiergs, liderado pelo presidente Claudio Bier), é como a gente agrega valor e leva desenvolvimento a essa indústria", avaliou Susana.
Esse movimento ainda precisa dar conta de mitigar a redução da população gaúcha e de reter talentos no Estado. "O principal gargalo, tanto para novos investimentos quanto para a indústria crescer com novos aportes ou expandir a sua produção, é (a falta de) gente. E esse é um tema extremamente estratégico", pontuou.
As soluções que podem alavancar o desenvolvimento industrial, para ela, passam pelo investimento em educação. O que, consequentemente, gerará uma transformação tecnológica voltada à inovação. Isso deverá contribuir para a expansão de setores como os da construção civil e metalmecânico, que são fortes agentes na Macrorregião Metropolitana.
"Temos nessa região também a oportunidade, sobre a ótica da indústria, de fazer nascer uma nova indústria, que é baseada na indústria do conhecimento. E aí eu estou falando da biotecnologia, da nanotecnologia, da indústria da tecnologia, da inovação, esses campos mais sofisticados", avaliou Susana.
Diretora-geral Sesi-RS, Senai-RS e IEL-RS, Susana Kakuta apontou caminhos para superar desafios do RS durante painel
EVANDRO OLIVEIRA/JC
Na sua percepção, a educação precisa ampliar sua qualidade. E é sobre esse movimento que o Sesi e o Senai têm atuado. "Temos feito isso dentro do Sistema Fiergs e, hoje, temos 10 escolas de referência onde o índice de evasão é zero. A média de evasão da educação pública do Estado, no Ensino Médio, onde está a porta de entrada do estudante no mundo do trabalho, é de 12%", comparou a executiva. A diferença, de acordo com ela, estaria na promoção de um ensino voltado ao mercado de trabalho.
No aspecto de atração e retenção de talentos no Estado, Susana ainda destacou o programa de imigrantes que está dentro do escopo do Senai. "Temos, hoje, o maior programa de acolhimento de imigrantes do Estado. Nós recebemos eles para podermos preparar e proporcionar certificações para eles poderem ir para a indústria. E está aumentando o número de imigrantes que esse setor recebe hoje", acrescentou.
Durante as considerações finais, após a finalização do painel, ela ainda citou a importância de adensar as cadeias produtivas gaúchas. A falta dessa prática, aliás, foi o que gerou, de acordo com Susana, os principais empecilhos do polo naval de Rio Grande, que retomou recentemente sua atividade industrial. O tema foi considerado pela diretora do Sesi, Senai e IEL-RS como muito relevante, necessitando de integração entre o poder público e o setor privado para alavancá-lo.