Porto Alegre,

Publicada em 16 de Dezembro de 2025 às 17:59

Prefeitos apontam manutenção insuficiente da rede elétrica em Tramandaí e Imbé

Reclamação dos chefes do Executivo das cidades vizinhas é de que manutenção realizada pela CEEE Equatorial não é suficiente

Reclamação dos chefes do Executivo das cidades vizinhas é de que manutenção realizada pela CEEE Equatorial não é suficiente

Reginaldo Leal/Prefeitura de Imbé/Divulgação/Cidades
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Lívia Araújo
Lívia Araújo Repórter
A capacidade das redes de energia elétrica e saneamento de atender à demanda do Litoral Norte durante o verão segue no centro das preocupações de gestores municipais. Em Tramandaí e Imbé, os prefeitos afirmam que os investimentos anunciados pelas concessionárias podem ajudar a reduzir riscos de desabastecimento, mas avaliam que os recursos destinados à manutenção da rede elétrica ainda são insuficientes diante da frequência de falhas, sobretudo em episódios de tempo severo, que têm sido cada vez mais frequentes e intensos em todo o RS.
A capacidade das redes de energia elétrica e saneamento de atender à demanda do Litoral Norte durante o verão segue no centro das preocupações de gestores municipais. Em Tramandaí e Imbé, os prefeitos afirmam que os investimentos anunciados pelas concessionárias podem ajudar a reduzir riscos de desabastecimento, mas avaliam que os recursos destinados à manutenção da rede elétrica ainda são insuficientes diante da frequência de falhas, sobretudo em episódios de tempo severo, que têm sido cada vez mais frequentes e intensos em todo o RS.
Em Imbé, o prefeito Ique Vedovato destaca que o fornecimento de água e o tratamento de esgoto, por serem concessões municipais, permitem maior diálogo com a Corsan/Aegea. Segundo ele, a companhia apresentou um plano integrado para o litoral, que inclui a instalação de grupos geradores em pontos estratégicos de captação, tratamento e bombeamento. A medida busca garantir o abastecimento mesmo em casos de interrupção no fornecimento de energia elétrica. “A expectativa é que, mesmo com falta de luz pontual, não haja falta d’água, que é um problema crítico no verão”, afirma.
Já em relação à energia elétrica, Vedovato aponta que o principal problema não está na oferta para atender ao pico de consumo, que crê como suficiente nos últimos anos, mas na condição da rede. De acordo com o prefeito, a infraestrutura é antiga e vulnerável, o que provoca interrupções frequentes a cada evento climático, ainda que de menor intensidade. Ele lembra que, em fevereiro de 2025, um temporal deixou toda a cidade sem energia por até três dias, comprometendo também o abastecimento de água e os serviços de comunicação. “O consumo não é o fator determinante. O problema é a manutenção de uma rede deteriorada”, avalia.
Para reduzir impactos sobre os serviços públicos, a prefeitura de Imbé adotou medidas próprias. As unidades de pronto atendimento contam com geradores, e os servidores de informática do município foram transferidos para a UPA, que funciona 24 horas e tem fornecimento garantido de energia. A estratégia visa manter ativos tanto os serviços internos da administração quanto atendimentos digitais à população, como emissão de documentos e tributos. Imbé tem cerca de 30 mil habitantes fixos, mas chega a aproximadamente 300 mil pessoas nos picos do verão, o que amplia a pressão sobre a infraestrutura.
O prefeito de Tramandaí, Juarez Marques da Silva, afirmou que o município não projeta problemas estruturais graves no fornecimento de energia durante a temporada de verão, desde que não ocorram eventos climáticos extremos. “A falta de luz não tem a ver com fornecimento, mas com manutenção. As redes são antigas e, quando há vento forte ou temporal, acabam ocorrendo desligamentos”, disse.
No saneamento, Juarez relata um relacionamento mais direto com a Corsan, embora faça críticas à recomposição de vias após a intervenção em ruas para a implantação de redes. “Nós tivemos pavimentos novos destruídos pela abertura de ruas, e depois eles não são refeitos como eram. Ficam remendados e mal remendados”, disse. Segundo ele, a prefeitura já cobra da Corsan um plano de recuperação das vias afetadas. Apesar disso, o prefeito destaca avanços no tratamento de esgoto, com a entrada em operação de estações em três bairros - Tirolesa, Recanto da Lagoa e Litoral, considerados estratégicos por estarem próximos à lagoa e ao rio Tramandaí.
Tramandaí tem cerca de 60 mil moradores, número que pode chegar a 300 mil ou 350 mil pessoas na virada do ano. Além do crescimento sazonal, o município registrou aumento populacional permanente após a enchente de 2024, com a chegada de milhares de novos moradores, o que elevou a demanda por serviços de saúde, educação e infraestrutura urbana. O prefeito afirma que a UPA conta com gerador próprio para evitar interrupções no atendimento e que, fora da alta temporada escolar, as escolas sofrem menos impacto em casos de falta de energia.

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