A Prefeitura de Osório, no Litoral Norte do RS, autorizou a realização de um estudo para uma potencial concessão pública de um complexo turístico com teleférico no município.
A decisão, assinada pelo prefeito Romildo Bolzan, foi publicada na segunda-feira (10) no Diário Oficial dos Municípios do Estado, vinculado à Famurs, no Termo de Autorização nº 028/2025, que confere à empresa Connect Global Agência de Desenvolvimento, com sede em Porto Alegre, a liderança de um consórcio técnico multidisciplinar responsável pela elaboração do documento.
O termo prevê que, após concluídos, os estudos poderão ser utilizados pelo Município, “em caráter gratuito” para a realização de um processo de licitação.
Em 2019, a mesma empresa divulgou um projeto estimado entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões, e informou estar buscando empresas interessadas em operar no complexo em Osório. De acordo com o gerente de novos projetos da empresa, Tiago Marques Lentz, “naquela ocasião os estudos técnicos necessitariam de recursos financeiros oriundos da Administração Pública em favor das empresas técnicas e por isso não avançou. Nesse momento atual, as empresas decidiram assumir todos os riscos, sem prejuízo da Administração Pública”, explicou. Na época, a empresa também apresentou um projeto à prefeitura de Porto Alegre para um teleférico interligando a área central, zona Leste e orla do Guaíba.
Segundo Bolzan, em comentário enviado ao Cidades, o estudo representa uma “fase embrionária”. “É só um termo de projeto, basicamente isso. Ainda não sabemos se teremos investidor, mas estamos preparando uma situação técnica”, disse.
Os estudos serão realizados no prazo de seis meses, conforme prevê o artigo 21 da Lei Federal nº 8.987/1995 e o Decreto Federal nº 8.428/2015, que regulamentam a apresentação de Estudos de Viabilidade Técnica, Econômico-Financeira e Jurídico-Institucional (EVTEA) por iniciativa privada.
Conforme Lentz, há três possibilidades de local para a implantação do projeto, e que serão analisadas nos estudos. “Todas as possibilidades são para conectar o Morro da Borússia, considerada a estação superior. Os locais (possíveis) para a estação inferior são próximos à cidade e lagoas, no nível da rodovia”, explicou.
Ainda segundo o gerente, “os estudos definirão qual local e trajetos mais apropriados e com menor impacto. Lembrando que o teleférico tem mínimo impacto no terreno, o poste que sustenta os cabos tem base de 2,5m² e, entre os postes, o vão pode chegar a 500m. A estação mecânica do teleférico também ocupa um terreno pequeno, cerca de 400m²”, explicou.
Lentz também pontuou que a multinacional francesa Poma, responsável pelos teleféricos em Santiago, no Chile e em Medellín, na Colômbia, é parceira da Connect no estudo, assim como em 2019. “Isso possibilita aplicar aos estudos de Osório o que há de mais seguro e moderno em transporte de pessoas por cabo aéreo”. Lentz informou que a Connect está “tratando da estruturação e modelagem de projetos de teleféricos com algumas administrações”. As prospecções incluem Torres e Capão da Canoa, também no Litoral Norte; Caxias do Sul e Gramado, na Serra; além de João Pessoa, na Paraíba; Valença, no Rio de Janeiro, e Pirenópolis, em Goiás.
Em seu material de divulgação, a empresa salienta que “a proposta busca posicionar Osório como referência em turismo sustentável e inovação urbana, integrando o município à rota de atrativos turísticos que unem serra e litoral” e enfatiza ainda que “a futura concessão deverá estimular novos negócios em hotelaria, gastronomia e entretenimento, consolidando o Litoral Norte como um destino competitivo e de relevância nacional no turismo de experiência”.